MotoGP e Mundial de SBK são inquestionavelmente as duas principais competições internacionais de motovelocidade. Existe uma miríade de outras provas e campeonatos com abrangência nacional ou continental, nos EUA a AMA (American Motorcyclist Association) promove eventos em todos os fins de semana, o campeonato britânico de Superbike é referência mundial para provas em circuitos e estradas. Aqui no território tupiniquim a confederação Brasileira de Motociclismo administra, entre outros, os Campeonatos Brasileiros de Superbike 1000cc e Supebike Light, além de promover anualmente as 500 Milhas de Interlagos, a principal prova de longa duração do motociclismo brasileiro, disputada nas distâncias de 100 e 500 milhas por equipes de 2 a 4 pilotos. O leque é extenso, mas o protagonismo, sem dúvida, é centrado na MotoGP e Mundial de Superbike.
O
Regulamento geral de competições da MotoGP para 2016 é chancelado por quatro
entidades: FIM (Fédération Internationale de Motocyclisme), com sede na Suíça
que organiza campeonatos e administra recordes de velocidade em duas rodas;
Dorna Sports, multinacional de marketing e
gestão desportiva com sede na Espanha que detém exclusividade nos
direitos comerciais e televisivos da MotoGP; IRTA (International Road Racing
Teams Association) com sede na Inglaterra e formada por todas as equipes,
fornecedores de tecnologia e patrocinadores;
e MSMA (Motorcycle Sports
Manufacturers’ Association) que representa os interesses dos fabricantes
envolvidos e tem sede no Japão.
O
Regulamento da temporada 2016 do Mundial de Superbike é mais simples e não
contém especificações técnicas detalhadas, basicamente indica o que pode ser
alterado nos modelos de produção em série e é assinado pela FIM e DWO (Dorna
World Superbike Organization), uma empresa do grupo Dorna com sede na Itália.
O Mundial
de Superbike é dividido em classes para incentivar a concorrência
entre fabricantes e pilotos de diversas faixas etárias. O conceito básico é o
mesmo desde a sua criação em 1988, máquinas derivadas de modelos que tenham um
número mínimo de unidades comercializadas. Existem quatro classes, na World
Superbike, categoria líder, são permitidas algumas modificações em relação aos
modelos encontrados nas revendedoras, gestão do motor, sistema de escape,
suspensão, freios e um número limitado de peças do motor. A moto deve ter um
peso mínimo de 168 kg e capacidade entre 750cc e 1200cc, dependendo do número
de cilindros. World Supersport é uma classe intermediaria, equipamentos mais
leves e menos potentes que os homólogos da World Superbike, com modificações
mais restritas e cilindrada entre 400cc a 750cc, de acordo com o número de
cilindros. A Superstock 1000 contempla modelos praticamente idênticos aos
encontrados nas estradas, é direcionada para formação de pilotos com limite
máximo de idade de 28 anos e permite apenas um tipo de pneu com sulcos, o mesmo
encontrado nas lojas. Este ano os promotores criaram a European Junior Cup,
aberta a todos os pilotos que utilizam motos Honda CBR650F, uma classe
orientada para pilotos mais jovens, idade entre de 14 e 21 anos (23 para
mulheres), que tem como objetivo proporcionar um início acessível para
carreiras profissionais, com a oportunidade de aprender em circuitos da classe
mundial.
O
Mundial de Superbike apresenta uma concentração semelhante quanto aos
fabricantes que, embora em maior número, continuam restritos a dois países, das
28 temporadas já realizadas as motos italianas venceram 17 e as japonesas 11.
Em termos de pilotos a distribuição é mais diversificada, britânicos e
norte-americanos disputam o maior número de campeonatos com 9 troféus cada, o
campeão mais laureado é o inglês Cal Fogarty com 4 títulos, o maior vencedor
italiano é Max Biaggi com 2 campeonatos e Carlos Checa é o único espanhol que
já ganhou uma temporada da Superbike. A modalidade promove 14 rodadas duplas
por temporada, 3 em circuitos italianos, 2 na Espanha, 2 na Alemanha e em mais
7 países.
Nenhum
piloto conseguiu ser campeão em ambas as categorias. Nicky Hayden almeja ser o
primeiro, o norte-americano, campeão da MotoGP em 2006, assinou um contrato de
dois anos com o WorldSBK Team Honda. Nicholas
"Nicky" Patrick Hayden (nascido em 30 de julho de 1981),
conhecido como “The Kentucky Kid”,
fez história no MotoGP, mas sua mudança para WorldSBK é um retorno às raízes,
ele conquistou o título AMA Superbike em 2002.
Na
próxima sexta feira, 01/04, o ruído dos motores vai ecoar nas Termas do Rio
Hondo na Argentina e em Aragón na Espanha. Na América do Sul está programada a
segunda etapa do mundial de MotoGP, na abertura realizada sob as luzes
artificiais do circuito de Losail no Qatar Jorge Lorenzo (Movistar Yamaha
MotoGP) obteve um resultado impecável para a defesa de seu título, pole, volta
mais rápida e posição mais alta do pódio. Não foi uma corrida fácil, a
anunciada potência do motor Ducati de Andrea Dovizioso e o surpreendente
desempenho de Marc Márquez (Repsol Honda Team) depois de todos os problemas
enfrentados durante os testes pré-temporada prenunciam um ano cheio de
surpresas.
Na
Espanha os 100% de aproveitamento nas quatro provas das duas primeiras etapas
elegeram as Kawasaki de Jonathan Rea e Tom Sykes como adversários a serem
batidos. As provas anteriores sinalizaram que a Honda de van der Mark, a Ducati
de Chaz Davies e outras equipes têm condições de desafiar os líderes e, como
ensinou o multicampeão de F1 Juan Manuel Fangio: “Carreras son carreras”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário