quarta-feira, 29 de julho de 2020

Marc Márquez roubou o espetáculo



Ao assistir ao GP de Jerez, prova de abertura da temporada de 2020, quem acompanha a MotoGP com regularidade deve ter lembrado da prova de Rio Hondo, 2018, onde por problemas na largada (percorreu parte da pista no sentido contrário depois da moto desligar no grid), foi penalizado com um path-through, voltou para as últimas posições. Iniciou uma recuperação alucinada, parecia uma locomotiva descontrolada a todo o vapor, simplesmente ignorando o que tinha em frente. Naquela prova Márquez recebeu três penalizações, mais um recorde em sua carreira.

Em Jerez seu desempenho esteva à altura de seu conceito como um piloto extraordinário. Conseguiu uma recuperação fantástica de uma perda da frente, consequência provável do maior grip do novo pneu traseiro, que resultou em um tour pelo cascalho na volta 5 e resultou em trocar a liderança pelas últimas colocações. Foi o gatilho para mais uma participação memorável.   

Mais uma vez ele mostrou a sua capacidade em um ritmo consistentemente, muitos décimos mais abaixo que o líder. Progrediu ultrapassando por dentro ou por fora os pilotos  os pilotos mais rápidos do planeta, sem nenhuma manobra de ética questionável. Quando caiu já estava no pódio (3º) e enquadrando a Yamaha de Vinales. Não teria tempo para alcançar o líder Quartararo. 
Sua queda foi estranha. Faltando quatro voltas para o final, Márquez estava acelerando da curva 2 para a curva três, seu pneu traseiro deslizando no asfalto na entrada da curva, depois recuperando a aderência enquanto ele aliviava o acelerador em direção ao ápice. Foi no ápice, que beliscou a tinta do interior da curva, pneu traseiro recuperou a tração e transferiu para o piso todo torque do motor Honda, provocando um high-side (catapultando o piloto). Márquez tem uma técnica invejável até para cair, mas não funcionou desta vez e um choque com o pneu causou uma fratura o seu úmero direito.

Teria a pintura da pista ter sido a causa do acidente? A resposta só pode ser sugerida, por qur depende de uma série de variáveis relacionadas. Com certeza a tinta não tema mesma aderência do asfalto, mas o controle de tração deveria ter impedido a transferência brutal de energia para o piso. Como o novo pneu dificulta às motos com muita potência (V4) trocar de direção, talvez seja uma opção desabilitar o controle de tração e passar a responsabilidade 

Nenhum comentário:

Postar um comentário