Ao assistir ao GP de Jerez, prova de abertura da temporada
de 2020, quem acompanha a MotoGP com regularidade deve ter lembrado da prova de
Rio Hondo, 2018, onde por problemas na largada (percorreu parte da pista no
sentido contrário depois da moto desligar no grid), foi penalizado com um
path-through, voltou para as últimas posições. Iniciou uma recuperação alucinada,
parecia uma locomotiva descontrolada a todo o vapor, simplesmente ignorando o
que tinha em frente. Naquela prova Márquez recebeu três penalizações, mais um
recorde em sua carreira.
Em Jerez seu desempenho esteva à altura de seu conceito como
um piloto extraordinário. Conseguiu uma recuperação fantástica de uma perda da
frente, consequência provável do maior grip do novo pneu traseiro, que resultou
em um tour pelo cascalho na volta 5 e resultou em trocar a liderança pelas
últimas colocações. Foi o gatilho para mais uma participação memorável.
Mais uma vez ele mostrou a sua capacidade em um ritmo consistentemente,
muitos décimos mais abaixo que o líder. Progrediu ultrapassando por dentro ou
por fora os pilotos os pilotos mais
rápidos do planeta, sem nenhuma manobra de ética questionável. Quando caiu já
estava no pódio (3º) e enquadrando a Yamaha de Vinales. Não teria tempo para
alcançar o líder Quartararo.
Sua queda foi estranha. Faltando quatro voltas para o final,
Márquez estava acelerando da curva 2 para a curva três, seu pneu traseiro deslizando
no asfalto na entrada da curva, depois recuperando a aderência enquanto ele
aliviava o acelerador em direção ao ápice. Foi no ápice, que beliscou a tinta do
interior da curva, pneu traseiro recuperou a tração e transferiu para o piso
todo torque do motor Honda, provocando um high-side (catapultando o piloto).
Márquez tem uma técnica invejável até para cair, mas não funcionou desta vez e
um choque com o pneu causou uma fratura o seu úmero direito.
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