segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

WSBK - Hayden "Desapontado" por Perder o Pódio na Última Volta

 
Apesar de ter concluído a segunda corrida mais de 1,5 segundos atrás do vencedor, Nick Hayden não conseguiu esconder sua decepção por perder um pódio em sua estreia na SuperBike por 0,039 segundos.
O piloto norte-americano salientou que mantém seus instintos de competitividade depois de dois anos na classe Open da MotoGP e brigou intensamente pela terceira colocação na segunda prova. No entanto uma manobra inesperada de Davide Giugliano na última volta o tirou da linha ideal na curva dez  e o obrigou a contornar as duas curvas seguintes atrás da Ducati da Aruba.it Racing, tirando sua chance de subir ao pódio.


Nicky Hayden - Honda CBR1000 RR
Uma terceira colocação seria a primeira ascensão de Hayden ao pódio desde Jerez em 2011, porém a manobra de Giugliano frustrou o seu objetivo e o deixou “desapontado.” "A moto estava muito melhor hoje, com um ritmo mais rápido", disse Hayden. "Estou muito grato ao trabalho da equipe. Apenas lamento por que eu podia ter conseguido o pódio. Aprendemos muito com a corrida de sábado e a de domingo já foi melhor. Pessoalmente aprendi muito neste fim de semana.”
“Estou um pouco desapontado com o resultado final, mas é importante reconhecer os aspectos positivos. Eu teria ficado satisfeito com o pódio, ainda mais depois que Chaz (Davies, Ducati que liderava a prova) caiu e eu herdei a posição, perder a poucas curvas do final é frustrante.”
"Giugliano estava por dentro quando iniciamos o contorno da curva, ele freou mais tarde e conseguiu manter a linha ideal. Fiquei sem o traçado e quando acelerei demais o controle de tração cortou a potência.”
"Os pneus estavam incríveis. Ficamos no bloco dianteiro até (Tom) Sykes e Giugliano se tocarem na pista, consegui passar por eles, mas os três da frente (Chaz, Rea e Van Der Mark) abriram um pouco. Foi o meu melhor momento, quando fiz a minha volta mais rápida. Estava tentando poupar o pneu dianteiro e ficar atento ao controle de tração. Tudo estava correndo bem até ser ultrapassado pelo Giugliano na última volta. Assim são as corridas. Acontece”.
A corrida do sábado foi decepcionante e as aspirações a uma boa colocação foram arruinadas por um pneu dianteiro severamente desgastado. Hayden optou por um composto diferente no domingo. "Corremos um pneu dianteiro diferente hoje e também alteramos o equilíbrio da moto. O estilo de pilotagem também mudou. “Ontem (sábado) não estava esperando quaisquer problemas com a frente. Pilotei atacando as curvas e tentando salvar o pneu traseiro. A traseira não comprometeu, mas o dianteiro desgastou demais. Sem tempo para maiores análises, mudamos uma combinação de coisas e hoje (domingo) as coisas funcionaram bem melhor, mesmo com um pneu dianteiro já usado”.
"Gostei do esquema de duas corridas por final de semana. No sábado rodei no grupo da frente antes de cair para nono. Estar disputando na pista e não ter caras passando por ambos lados como foram os dois últimos anos é uma sensação muito boa”.
 
O circuito de Phillip Island é favorável aos pontos fortes da Honda CBR1000 RR, como comprovaram os dois pódios de Michael van der Mark, companheiro de equipe de Hayden. Agora o desafio é no Sudeste Asiático, Tailândia, circuito de Burirum.

"Estou ansioso para ir para a Tailândia. Lá vamos avaliar melhor o nosso potencial para esta temporada. Aqui tivemos dois dias de testes para entender o comportamento do equipamento. Lá não temos esta vantagem e, em tese, o circuito não combina com as características do nosso equipamento”.
 
 
Adaptado de original em crash.net e publicado no site  www.autoracing.com.br em 29/02/2016

domingo, 28 de fevereiro de 2016

WSBK - Etapa 01 (Austrália) - Início Promissor

 
Quem costuma ler só as manchetes será incapaz de perceber o nível de competitividade que apresentou a primeira etapa do mundial de SuperBike (WSBK), realizada neste final de semana em Phillip Island. A dupla vitória do atual campeão do mundo Jonathan Rea nem de longe indica um favoritismo para a temporada ou uma supremacia das Kawasaki sobre os outros fabricantes. Na prova de sábado Rea obteve a vitória com uma ultrapassagem por fora (a lá Rick Mears) sobre Chaz Davies (Aruba.it Racing – Ducati) na última curva e venceu por escassos 0,063 segundos. O final, só o final da corrida de domingo foi mais tranquilo, mas a prova esteve muito disputada até a queda de Chaz Davies, o então líder da prova, na última volta.

 Seis fabricantes classificaram seus equipamentos nos “Top Ten” de sábado, duas Kawasaki, duas Ducati, duas Honda, duas BMW, uma Yamaha e um MV Augusta. No domingo os resultados foram muito semelhantes, a MV Augusta foi substituída por uma terceira BMW. O pódio das duas provas foi ocupado por pilotos com três equipamentos diferentes, Kawasaki, Ducati e Honda. Durante as provas o melhor tempo foi obtido pela Ducati 1199 Panigale R de Chaz Davies, 1’32,321, mais lento 2,190 segundos que o tempo obtido por Maverick Vinales com uma Suzuki GSX-RR nos recentes testes da MotoGP na mesma pista. Considerando que os equipamentos da SuperBike são motos de mercado, disponíveis para consumidores finais, é um resultado impressionante.
 
O aguardado desempenho de Nicky Hayden, com uma Honda CBR1000RR SP não foi de todo ruim. O piloto, egresso da MotoGP, classificou-se em nono lugar na prova de sábado, e progrediu para quarto na de domingo. Outro retorno esperado foi a volta das Yamaha ao circuito da SuperBike, a Yamaha YZF R1 de Sylvain Guintoli conquistou o sexto lugar no sábado e o quinto no domingo, enquanto Alex Lowes não concluiu a primeira prova e foi décimo quarto na segunda.
 
 Em 2015 as Kawasaki ZX-10R de Jonathan Rea e Tom Sykes venceram dezoito das vinte e seis corridas da temporada. Um desavisado com esta informação e com os resultados das provas de abertura da temporada pode concluir que a única disputa que pode existir é entre os pilotos da equipe Kawasaki Racing Team. Não foi isto que as duas provas de Phillip Island mostraram, o campeonato de 2016 promete ser muito disputado. 

 
 

 
 
 



sábado, 27 de fevereiro de 2016

MotoGP - Uma Temporada de Incertezas



Estatística é uma ciência que utiliza a teoria das probabilidades para, com base na frequência de ocorrências anteriores, estimar a possibilidade de eventos futuros. Existem várias maneiras de tentar prever o futuro, desde consultar oráculos, apelar para percepções extra-sensoriais, observar o voo de pássaros e, para os mais céticos, complexos algoritmos de inteligência artificial. A análise estatística de eventos passados pode contribuir para estimar o que pode acontecer, entretanto quando entram variáveis aleatórias como interferência do clima ou comportamento humano, possa ser aplicada a regra de que “Estatísticas demostram que estatísticas não são confiáveis”.


 Este introito foi necessário para estimar, com base nos resultados dos testes de Valência, Sepang e Phillip Island, o que pode ser esperado da temporada de MotoGP que inicia em 20 de março no Qatar.


 Os testes realizados em Valência, logo após o a prova final do campeonato de 2015 foram os primeiros com os pneus Michelin e com o pacote de software unificado. Com a diversidade de estratégias, alguns focando exclusivamente em pneus, outros na eletrônica, os resultados não foram conclusivos, A Honda de Marc Márquez obteve a melhor marca dos três dias, seguida da Suzuki de Vinales, Honda de Pedrosa, Suzuki de Aleix Spargaró e Yamaha do campeão Jorge Lorenzo. O desempenho da Suzuki não foi surpresa, foi uma das equipes menos afetadas com as novidades, a rigor só os novos pneus, porque já havia disputado toda a temporada de 2015 com a ECU, embora modificada, da Magneti Marelli.

 Em Sepang os resultados consolidados foram amplamente favoráveis a equipe Yamaha, os oito melhores tempos foram obtidos pelo campeão Jorge Lorenzo, ele e Rossi dividiram as catorze voltas mais rápidas dos três dias de testes e a primeira Honda, de Márquez, obteve somente a décima quinta marca.

 Na Austrália a história mudou completamente. O melhor tempo dos testes foi registrado por Maverick Vinales, com uma Suzuki GSX-RR, que marcou outros três dos quinze melhores tempos, as Honda de Márquez e Crutchlow compareceram nesta lista na lista cinco vezes e a Yamaha de Lorenzo obteve apenas a nona marca.

 Um raciocínio simplista indicaria que ou o desempenho da Yamaha piorou consideravelmente entre Sepang e Phillip Island ou as outras equipes apresentaram uma sensível melhora. A rigor, a análise destes resultados não habilita a fazer qualquer tipo de conjetura sobre o futuro. O que se viu na Austrália foram sessões de testes atípicas, mudanças de clima e um festival de quedas. Somente no último dia Danilo Petrucci fraturou a mão e perderam o controle da moto Tito Rabat (duas vezes), Jack Miller, Pol Espargaró, Aleix Espargaró (duas vezes), Maverick Vinales, Bradley Smith, Cal Crutchlow, Eugene Laverty, o atual campeão mundial Jorge Lorenzo e Marc Márquez, uma indicação clara que os pilotos estavam buscando os limites do equipamento. O piloto da Honda 93 fechou o terceiro dia com o melhor tempo e nem por isto seu discurso foi otimista: "Hoje me senti confortável na moto, estamos melhorando. Entretanto temos que tomar cuidado, pois este circuito é especial. No Qatar o traçado das curvas é diferente e é aí que que nós temos problemas.”

 A Suzuki de Vinales, que foi a mais rápida nos três dias de testes, ainda se enquadra no regime de concessões, pode usar até nove motores durante a temporada, a especificação não é congelada, são permitidos novos desenvolvimentos e não há limitação de testes, ou seja, o equipamento que já dá amostras de ser competitivo ainda pode evoluir muito durante a temporada. Segundo o piloto o resultado poderia ter sido melhor: “Estava esperando a parte da tarde para tentar uma volta no limite, mas tive um pequeno acidente e o chassi antigo foi destruído”. “O chassi novo parece mais pesado e não apresenta a rigidez necessária em uma pista como esta, a moto flexiona muito é complicado fazer a linha ideal”. A propósito, o desempenho das Ducati foi inexpressivo.

 Depois do teste dos sonhos em Sepang, com quase um segundo mais rápido que todos os outros competidores, algumas pitonisas estavam prevendo uma temporada de domínio absoluto do atual campeão Jorge Lorenzo. O piloto da Yamaha recomendou cautela e provou ser profético, em Phillip Island seu plano era de simular uma corrida e depois tentar marcar tempo. Deu tudo errado, durante a simulação perdeu o controle da moto e caiu. Quando a pista secou e ele colocou pneus novos para buscar um tempo “decente”, sua tentativa foi abortada pela queda de Eugene Laverty. “Sepang foi para nós um teste inacreditável. Aqui as coisas mudaram completamente porque a proposta da pista é diferente. Vamos ver o que acontece no Qatar”, foram os comentários esperançosos do atual campeão do mundo.

Desde 2002 quando a MotoGP adotou o atual formato já foram disputados 242 GPs, a Honda obteve o maior número de vitórias, 114, a Yamaha 96, a Ducati 31 e a Suzuki apenas uma (Chris Vermuelen em LeMans, 2007, com muita chuva). No final de 2011 a Suzuki abandonou as competições, retornando em 2015 com Aleix Spargaró e Maverick Vinales, pilotos mantidos para a atual temporada. Enquanto os jornalistas especializados esperavam uma árdua disputa entre Yamaha, Ducati e Honda nos testes da Austrália, quem brilhou foi a Suzuki com os tempos alcançados por Vinales. Estranho, Aleix Spargaró não conseguiu um bom desempenho.

Os próximos testes da MotoGP estão agendados para 2 a 4 de março no Qatar, e seus resultados são imprevisíveis. Faltando pouco mais de três semanas para o início da temporada, paira sobre o futuro da MotoGP uma enorme incerteza , típico caso onde as previsões de oráculos podem ter a mesma credibilidade de análises estatísticas elaboradas.

Os Números da MotoGP


Publicado em 25 de fevereiro de 2016 no site www.autoracing.com.br

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

MotoGP - Entry List 2016



Equipe
Moto
No.
Piloto
Origem
Ducati Team
4
Andrea Dovizioso
Italiano
29
Andrea Iannone
Italiano
Aprilia Racing Team Gresini
Aprilia RS-GP
6
Stefan Bradl
Germânico
19
Alvaro Bautista
Espanhol
Avintia Racing
Ducati Desmosedici GP14
8
Héctor Barberá
Espanhol
76
Loris Baz
Francês
Octo Pramac Yakhnich
Ducati Desmosedici GP15
9
Danilo Petrucci
Italiano
45
Scott Redding
Britânico
Team Suzuki Ecstar MotoGP
Suzuki GSX-RR
25
Maverick Viñales
Espanhol
41
Aleix Espargaró
Espanhol
Repsol Honda Team
Honda RC213V
26
Dani Pedrosa
Espanhol
93
Marc Márquez
Espanhol
LCR Honda
Honda RC213V
35
Cal Crutchlow
Britânico
Monster Yamaha Tech 3
Yamaha YZR-M1
38
Bradley Smith
Britânico
44
Pol Espargaró
Espanhol
Marc VDS Racing Team
Honda RC213V
43
Jack Miller
Australiano
Estrella Galicia 0,0 Marc VDS
Honda RC213V
53
Tito Rabat
Espanhol
Movistar Yamaha MotoGP
Yamaha YZR-M1
46
Valentino Ross
Italiano
99
Jorge Lorenzo
Espanhol
Aspar MotoGP Team
Ducati Desmosedici GP14
50
Eugene Laverty
Irlandês
68
Yonny Hernández
Colombiano

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

MotoGP - Honda – Como tudo Começou


Não existe prova de motovelocidade que possa ser comparada ao “Isle of Man Tourist Trophy” (Troféu Turismo da Ilha de Man), realizada anualmente no Reino Unido. Nenhuma pista é mais desafiadora que os 60 km do circuito, que mescla trechos em estradas montanhosas com enormes retas e sequências de curvas onde os competidores alcançam velocidades de mais de 320 km/h, com trechos urbanos sem nenhuma área de escape, espectadores próximos, guias de calçada, postes de energia elétrica, tampas de bueiros e desníveis no asfalto.  Realizada desde 1907 é conhecida como “A Corrida da Morte” e foi, por muitos anos, a prova de motocicletas mais importante e mais perigosa do planeta. A “Isle of Man TT” já era disputada há mais de 40 anos quando foi criado o Campeonato Mundial de Motovelocidade (1949) e foi uma das provas da competição até 1976, quando saiu do calendário por ser boicotada por vários pilotos em função da falta de segurança.
Em 2015 as motos Honda participaram de competições em mais de 100 categorias incluindo os mundiais de MotoGP, Superbike, modalidades de acesso e as patrocinadas por suas subsidiárias em todo o mundo. O “Isle of Man TT” foi um marco  importante para o início desta história.
O fundador da empresa, Soichiro Honda, acreditava que vencer uma prova do maior evento de desporto motorizado do seu tempo permitiria, não só a Honda internacionalizar sua marca, como contribuir para o desenvolvimento tecnológico do Japão. Em março de 1954, o presidente da empresa emitiu uma declaração anunciando a disposição da Honda, até então um fabricante modesto de motocicletas, em participar e vencer o “Isle of Man TT”. No documento, Soichiro Honda especificou que seus engenheiros deveriam criar um motor capaz de gerar 100PS por litro. A referência na época era o padrão utilizado pela indústria alemã e PS (PferdeStärke) é uma unidade de potência equivalente a 0.98 HP mecânico ou 1 HP métrico. Entretanto, já para a corrida daquele ano, a companhia alemã NSU havia desenvolvido um motor 125cc que produzia 15PS e um 250cc que alcançava  35PS, ambos próximos a 150PS por litro. Soichiro Honda ficou chocado ao perceber o atraso de sua tecnologia em relação aos concorrentes ocidentais e reorientou sua equipe para pesquisar e desenvolver motores com rendimento elevado e alta confiabilidade.
Em 1958, quando o histórico das provas anteriores registrava velocidades da ordem de 120 km/h e motores 125cc com 17PS, a Honda iniciou o projeto do RC140, um motor de 125cc com objetivo declarado de alcançar 20PS de potência (160PS por litro). A meta não foi alcançada, porém a Honda conseguiu produzir um propulsor com um pouco mais de 120PS por litro e se inscreveveu para disputar o “Isle of Man TT” de 1959. A fábrica enviou para a corrida três máquinas equipadas com o RC142 125cc (versão de 4 válvulas do RC141, evolução do RC140) que, apesar de gerar 17.3PS (138.4PS por litro), eram insuficientes para enfrentar a tecnologia alemã (150PS por litro). Os resultados excederam as expectativas mais otimistas, os três equipamentos da fábrica japonesa demonstraram grande confiabilidade classificaram-se em sexto, sétimo e oitavo lugares. Além da euforia com o seu próprio desempenho, a fábrica recebeu um impulso adicional para prosseguir disputando eventos esportivos com uma declaração sem precedentes do Ministério do Comércio Internacional e Indústria do Japão, que anunciou que as motocicletas desenvolvidas e fabricadas no país competiam em igualdade com as do ocidente e já eram um produto de exportação.
Em 1960 a Honda participou das classes de 250cc e 125cc do World GP. Na primeira prova (“Isle of Man TT”), terminou em sexto na classe 125cc e quarto na classe 250cc. Nas duas rodadas seguintes, disputadas em circuitos não tão heterogêneos, suas motos não foram páreo para as produzidas no ocidente. Entretanto na quarta prova do campeonato (East German Grand Prix), Kenjiro Tanaka conseguiu o primeiro pódio para a Honda com um terceiro lugar na classe 250cc. Seis anos depois da declaração da “Isle of Man TT” a Honda passou a ser respeitada como um concorrente em provas de motovelocidade. A fábrica terminou o primeiro ano de sua participação em mundiais com o terceiro lugar no campeonato de construtores de 125cc e segundo no de 250cc.
Sessenta e um anos depois da declaração “Isle of Man TT”, em agosto de 2015, Marc Márquez venceu com uma Honda RC213V o Grande Prêmio MotoGP de Indianópolis nos Estados Unidos. Foi a vitória oficial número 700 da Honda, que atesta o sucesso da empresa japonesa em 55 anos de competições.
"Declaração "Isle of Man TT"
 
Publicado em 17 de fevereiro de 2016 no site www.autoracing.com.br
 
 
 
 
 
 

domingo, 14 de fevereiro de 2016

MotoGP - Repsol Honda MotoGP 2016


Marquez & Pedrosa Apresentam a Repsol Honda MotoGP 2016

RC213V 2016
 
As estrelas da Repsol Honda, Marc Márquez e Dani Pedrosa, apresentaram a nova RC213V no circuito de Sentul, próximo a Jacarta. É o segundo ano consecutivo que a Honda escolhe a Indonésia para apresentar suas novas cores, sublinhando ainda mais a importância do país asiático para os fabricantes de motocicletas.
A Repsol tem sido a patrocinadora da equipe de fábrica da Honda desde 1995 e, sem surpresa, a pintura da nova moto é praticamente idêntica a do ano passado, as mudanças são a inclusão de logotipos da Michelin e o destaque da marca “Satu Hati / One Heart”' (Honda Indonésia). Não há certeza de maiores modificações sob a carenagem, a HRC está com a atenção voltada para corrigir o caráter agressivo do motor e sua adequação com o software único.
"Este país é muito importante para a Honda e Repsol, estamos muito felizes por estar aqui neste fim de semana", disse o vice-presidente da HRC Shuhei Nakamoto. “Também estamos contentes em ouvir do Ministro do Esporte e Juventude a sua intenção de realizar um GP aqui. Na próxima semana Marc e Dani terão três dias importantes de testes em Phillip Island. Estamos trabalhando muito para melhorar o nosso conhecimento sobre o novo software e os pneus Michelin. Também estamos trabalhando em nosso novo motor e acredito que os nossos engenheiros serão capazes de fornecer aos nossos pilotos uma máquina competitiva para lutar pelo campeonato."
A última temporada viu Márquez encerrar o primeiro ano sem título desde 2011, o bicampeão MotoGP foi surpreendido várias vezes pela imprevisível aderência traseira l nas frenagens e aceleração agressiva da RC213V. Uma mudança para o chassi de 2014 em Assen melhorou a situação e Márquez venceu cinco corridas, mas o título ficou fora de alcance. O jovem espanhol também foi acusado de tentar ajudar Jorge Lorenzo em sua disputa pelo título com Valentino Rossi, com quem manteve disputas acirradas na Argentina, Assen e principalmente Sepang.
Existe algum tipo de expectativa sobre o próximo encontro entre os dois na pista, mas Márquez e Honda têm preocupações mais prementes, como resolver as respostas agressivas do motor antes da especificação ser congelada para a temporada. O trabalho de Honda tem sido prejudicado por dificuldades de adaptação ao software unificado da MotoGP, intrinsecamente ligado ao comportamento do motor, como mostraram os recentes testes em Sepang.
"Nunca deixa de me surpreender o quanto as pessoas incondicionalmente amam e apoiam a  MotoGP aqui na Indonésia, por isso tem sido uma honra para nós para apresentar oficialmente a RC213V no circuito de Sentul hoje" afirmou Márquez. "Agora vamos para a Austrália e estou ansioso para continuar o nosso trabalho com o novo motor e os novos componentes eletrônicos. Fizemos alguns progressos durante os três dias em Sepang, mas precisamos fazer mais em Phillip Island. Estou confiante que os engenheiros da HRC e minha equipe vão evoluir bastante o comportamento do equipamento à medida em que entenderem melhor o funcionamento do novo software. "
As esperanças de título para Pedrosa duraram poucas corridas em 2015, onde problemas recorrentes da musculatura do braço o obrigaram a retirar-se em meio a temporada para realizar uma cirurgia. Felizmente o tratamento foi um sucesso e no retorno ele venceu duas das últimas cinco corridas. Como foi visto nos testes de Sepang com a condução suave de Jorge Lorenzo, o comportamento dos pneus Michelin na frenagem de entrada das curvas favorece o estilo natural de Pedrosa, contudo, as questões motor/eletrônica estão mascarando qualquer vantagem atualmente.
"Hoje tivemos a apresentação da equipe e me sinto orgulhoso de ter feito parte da Repsol Honda em toda a minha carreira na MotoGP", disse Pedrosa. "Este ano estou me sentindo fisicamente em boa forma e confiante para começar a nova temporada. Estamos diante de muitas mudanças e temos muito trabalho a fazer, mas estou ansioso por isso. Estou feliz porque este ano estamos realizando testes em três circuitos diferentes, em condições meteorológicas e de pista diferentes. Acho que vai ser muito útil para nos ajudar a entender melhor o novo motor, eletrônica e pneus."
A Indonésia, ausente desde 1997, está com o objetivo de retornar para a próxima temporada de MotoGP. Sentul aparece como candidato natural, embora ainda não exista nenhuma decisão sobre a possível localização da corrida ou como será financiada.
Marquez e Pedrosa devem estar em Phillip Island entre quarta a sexta-feira para o primeiro dos dois testes restantes de pré-temporada.


Original publicado em: http://www.crash.net/motogp/news/226602/1/repsol-honda-reveals-2016-motogp-livery.html

sábado, 13 de fevereiro de 2016

MotoGP - 2016 Ainda Mais Excitante


Em 20 de março de 2016, no Qatar, começa a sexagésima oitava temporada da MotoGP. Embora a pontuação da temporada de 2015 tenha sido amplamente favorável a equipe Movistar Yamaha, (655 pontos, contra 448 da Repsol Honda e 350 da Ducati), o que se viu nas pistas foram corridas muito disputadas, longe daquela mesmice da atual Fórmula 1. Houve provas antológicas como o Grand Prêmio da Austrália em Phillip Island, onde quatro pilotos de três equipes diferentes batalharam a corrida inteira pela vitória, obtida por Marc Márquez ultrapassando Jorge Lorenzo a duas curvas do final, ou o Grande Prêmio da Holanda, com uma vitória de Valentino Rossi “dropando” a brita da última curva. Não faltaram emoções dentro e fora da pista, com recursos contra decisões de comissários, apelações à Corte Arbitral do Esporte e troca de acusações de favorecimento entre pilotos. O campeonato foi decidido na última prova e ficou com Jorge Lorenzo, o piloto mais consistente da temporada.

Márquez e Rossi - Austrália 2015

2015 já é história e o ano de 2016 promete.

Está programado o retorno depois de uma ausência de 19 anos do Grande Prêmio da Áustria, a ser disputado onde era o circuito de Osterreichring, que foi reduzido, reconstruído e renomeado em 1997 para A1-Ring e hoje é de propriedade da Red Bull, rebatizado como Red Bull Ring. O GP de Indianápolis, que era disputado desde 2008 foi suprimido do calendário por decisão conjunta da Dorna Sports e da administração do Indianapolis Motor Speedway, a dificuldade em conciliar desafios logísticos e financeiros tornaram o evento inviável.

As principais novidades da próxima temporada estão concentradas no regulamento técnico da competição. A Michelin assume como a fornecedora oficial de pneus após a retirada da Bridgestone da categoria. O tamanho das rodas aumenta de 16,5 para 17 polegadas. Houve alterações nas classes das equipes, as motos que disputam o campeonato são protótipos, basicamente máquinas feitas à mão, que custam uma fortuna. Não são equipamentos que podem ser vistos rodando nas ruas e não são comercializadas em revendas especializadas. As equipes de marca utilizam equipamentos no estado da arte da tecnologia, desenvolvidos, construídos e apoiados pelos próprios fabricantes. As equipes satélites normalmente utilizam motos de fábrica, alugando unidades com contratos de suporte mínimo ou comprando equipamentos utilizados no ano anterior. A classe Open surgiu a partir de um experimento para reduzir o custo de entrada de equipes e ter mais motos alinhadas no grid. A ideia, chamada Claiming Rule Team (CRT), foi permitir a utilização de motos de linha de produção com possibilidade de modificações além do que é permitido pelo regulamento nos equipamentos de fábrica.

Equipes não oficiais de fábrica, satélites ou CRT, foram mescladas em uma classe única, a Open. Todas as motos devem utilizar o pacote eletrônico unificado (Software e ECU) desenvolvido pela Magneti-Marelli, cada piloto tem disponível até seis motores para a temporada, com as especificações congeladas. A capacidade do tanque é limitada em 22 litros. Equipes que não obtiveram bom desempenho entre 2013 e 2015 podem utilizar até 12 motores com desenvolvimento liberado e os resultados obtidos serão determinantes para manter este benefício em 2017.

Nos testes realizados já com as novidades depois do encerramento da temporada de 2015 em Valência, Valentino Rossi e Marc Márquez emitiram opiniões muito semelhantes, a troca do fabricante dos pneus é tranquila, já a eletrônica padronizada pode ser um problema. Rossi comentou que era um salto para o passado (comparou com o desempenho do software de fábrica de 2008/2009), Márquez entende que com as novidades vai ser difícil chegar ao mesmo nível de 2015.

A MotoGP não é afeita a muitas modificações na relação de pilotos e não houve mudanças nas principais equipes. Tito Rabat, o campeão de 2014 da Moto 2 vai estrear com a equipe Marc VDS Racing. O colombiano Yonny Hernandez não renovou com a Pramac Racing e migrou para a Aspar Racing no lugar e Nicky Hayden, que optou pelo mundial de Superbike. Loris Baz vai para a Avintia Racing ocupar o posto de Mike Di Meglio, e Stefan Bradl pilota uma Aprilia até a promoção de Sam Lowes em 2017. Scott Redding cede o lugar da Marc VDS Racing para Jack Miller e vai pilotar para a Pramac Racing na próxima temporada.

Na relação de equipes também as mudanças não foram grandes, depois de manter duas motos em 2015 a LCR pretende disputar 2016 com um único equipamento. A Marc VDS vai expandir de uma para duas motos no grid e a Aspar Racing Team encerra sua parceria com a Honda e volta a utilizar motos Ducati, como já aconteceu em 2010 e 2011. Forward Racing e AB Motoracing decidiram se afastar do MotoGP.

Fora das pistas, a Ducati anunciou o retorno de Casey Stoner, o único campeão mundial de MotoGP pilotando um equipamento da fábrica, título obtido em 2007. Depois de cinco anos colaborando com a Honda Racing Corporation, sendo inclusive campeão pela equipe em 2011, Casey retorna à Ducati com as funções de embaixador e piloto de testes. Existe a possibilidade, não confirmada, de Stoner participar de algumas corridas na condição de ‘wild-card’.

O campeonato de MotoGP de 2016 tem tudo para ser tão ou mais excitante que o de 2015.
 
 
Publicado em 12 de janeiro de 2016 no site www.autoracing.com.br