terça-feira, 2 de maio de 2017

Meandros da Motovelocidade (IV. Estrelas e Listras)


A bandeira com estrelas e listras esteve presente com frequência nos pódios do Mundial de Motovelocidade nos 18 anos que se seguiram ao último campeonato vencido por Giacomo Agostini em 1975. Em 1976 a Suzuki conquistou o título com o britânico Barry Sheene e conseguiu as 10 primeiras colocações do ano, o norte-americano Pat Hennen foi o terceiro na classificação geral. Oito das 10 provas do ano foram vencidas por equipamentos Suzuki, as exceções foram a Yamaha na Ilha de Man e a MV Agusta, escolhida por Agostini exclusivamente para disputar o GP da Alemanha no antigo traçado de 22 km do circuito de Nurburgring.

Sheene repetiu o seu feito em 1977 com a Suzuki, mas a Yamaha de consolidou-se como uma forte concorrente com o vice-campeonato foi obtido pelo piloto dos EUA Steve Baker. A temporada foi marcada por inúmeros acidentes fatais, incluindo uma ocorrência na classe 350cc do GP da Áustria que causou o óbito de um piloto e feriu seriamente outros 4. Em função da falta de segurança do circuito de Salzburgring, os principais pilotos da 500cc realizaram um boicote e a largada foi autorizada com um reduzido número de motos no grid. Dois acidentes fatais ocorreram no circuito de Opatija, GP da Iugoslávia, que foi excluído do calendário nos anos seguintes por não ter as condições mínimas necessárias para este tipo de competição.

A divulgação na mídia da temporada de 1978 cresceu muito, impulsionada pela popularidade do então campeão Barry Sheene e pela presença do extraordinário piloto norte-americano Kenny Roberts. Um dos quatro pilotos na história que venceram o Grand Slam da AMA (American Motorcycle Association), Roberts havia participado com uma equipe de pilotos americanos no Transatlantic Match de 1974, competindo contra uma equipe britânica. O consenso da época era que pilotos americanos, formados em pistas de terra, não eram adversários para os britânicos, especializados em corridas no asfalto. Roberts destruiu esta crença ao vencer três das seis provas e terminou em segundo lugar as três restantes. No evento Roberts contribuiu com 93 pontos para sua equipe, cinco a mais que Barry Sheene, o melhor piloto britânico. Kenny Roberts com uma Yamaha foi o campeão da temporada, com 10 pontos mais que a Suzuki de Sheene.

Kenny Roberts e a Yamaha confirmaram seus títulos em 1979 e 1980. Randy Mamola substituiu Barry Sheene na Suzuki e obteve a segunda colocação em 80, uma temporada encurtada pelo cancelamento de dois GPs, Venezuela e Áustria. A Honda introduziu neste ano a exótica NR500 de quatro tempos, que não marcou nenhum ponto.

Em 81 e 82 a Suzuki retomou a primazia com os pilotos italianos Marco Lucchinelli e Franco Uncini. Na temporada de 82 a Yamaha introduziu um novo motor V4 para Kenny Roberts e a Honda abandonou a NR500 quatro tempos participou com a NS500, motor V3 dois tempos, com a condução de Freddie Spencer.

Os 7 anos seguintes registraram a disputa feroz entre Freddie Spencer da Honda, vencedor em 83 e 85, e Eddie Lawson da Yamaha em 84,86, 88 e 89, este último ano pilotando uma Honda. Wayne Rainey conquistou o seu tricampeonato nos anos 90, 91 e 92 com a equipe Yamaha. O ano de 92 marcou a despedida das pistas de Eddie Lawson, que conseguiu no GP de Hungaroring a única vitória da Cagiva na categoria de 500cc.

Kevin Schwantz com uma Suzuki venceu a 45ª edição do FIM Road Racing World Championship em 1993, encerrando os anos dourados dos pilotos norte-americanos. A bandeira de estrelas e listras voltou ao topo  nos campeonatos da FIM dos anos 2000 com Kenny Roberts Jr. e 2006 com Nicky Hayden.

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