Quando a Infraero autorizou ouso de aeronaves jato puro para substituir os obsoletos Electra II na ponte aérea Rio-São Paulo, uma rota entre os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont recordista em volume de passageiros no mundo, houve uma concorrência feroz entre os grandes fabricantes, Boeing e Airbus. Um dos entraves para o uso de aeronaves com maior capacidade nesta rota é a localização do morro do Pão de Açúcar, um obstáculo geográfico muito próximo da cabeceira da pista do aeroporto no Rio de Janeiro. Na época um engenheiro norte americano recomendou uma solução óbvia, já que era inviável mudar de aeroporto por causa da sua localização privilegiada, a montanha tinha que ser eliminada. Afinal, segundo a lógica capitalista do profissional, se a fé remove montanhas, um ótimo negócio para sua empresa poderia ser viabilizado eliminando uma das mais conhecidas atrações turísticas do Rio de Janeiro.
Quando a fé não é suficiente, até os costumes mais arraigados do comportamento social de um povo podem ser alterados. Os nipônicos estão abandonando a postura de optar sempre por resolver problemas, em vez de procurar culpados. A contratação de Marc Márquez por 4 temporadas envolveu um investimento vultuoso, estima-se (os valores exatos estão protegidos por cláusulas de sigilo) que o piloto catalão receba 15 milhões de Euros por temporada, mais bônus por desempenho. Ficar uma temporada ausente tem um custo alto para a Honda Racing Company, a perda de exposição da marca prejudica negociações com os patrocinadores.
Hospital Internacional Ruber – Madri
Marc Marquez está lentamente
avançando em seu processo de recuperação. Uma revisão médica realizada no
Hospital Internacional Ruber, em Madri, revelou uma evolução positiva de sua 3ª
intervenção cirúrgica e no combate do processo infeccioso que foi identificado
no membro sinistrado. Marc retomou a atividade em redes sociais e postou
imagens onde aparece exercendo atividades aeróbicas (bicicleta ergométrica) e
fisiculturismo (apenas no braço esquerdo, o direito segue imobilizado).
Marc Márquez retornando aos exercícios
O piloto da Honda combate uma
infecção com antibióticos e sua volta às atividades físicas sugere algum
otimismo, depois de várias semanas com completa ausência de informações. A falta
de informações oficiais é um campo fértil para especulações. A revista francesa
“Moto Revue” publicou em sua última
edição o que pretende que seja uma análise completa da situação de Marc Marquez
e do que aconteceu nos últimos meses. Revela que o catalão tem preocupado a
Honda, sua equipe, que teria encomendado uma pesquisa abrangente enviando
várias pessoas para a Europa em dezembro para esclarecer o que aconteceu, como
está sendo administrado e determinar responsabilidades se eventualmente
existirem. A Honda estaria duplamente preocupada, em primeiro lugar por causa
da longa ausência de seu principal piloto e falta de resultados, em segundo
lugar pelo salário que Marc Márquez recebe sem proporcionar qualquer tipo de
retorno. Mesmo que não tenha competido na temporada de 2020. a empresa honrou
os termos contratuais. Há sempre o risco que, se a recuperação não evoluir
satisfatoriamente, seja necessário um 4º procedimento cirúrgico. Neste caso é
possível rever as condições do contrato catalão, lembrando que as condições
mudaram radicalmente desde a data de assinatura. Ele era a principal referência
da Honda e a pandemia não havia afetado o desempenho comercial da empresa. A
Honda quer saber se houve algum culpado e qual a participação do piloto em decisões
equivocadas.
Há um risco de nova intervenção
ser necessária se os antibióticos não produzirem os resultados esperados.
Quando o retorno às pistas é realizado quatro dias após uma operação, a
responsabilidade deve ser compartilhada com múltiplos envolvidos, porem a
principal cobrança recai sobre o cirurgião que realizou a intervenção. Um dos
integrantes da Clínica Móvel de Claudio Costa explica que a primeira
calcificação inicia a solidificação em 3 semanas, são necessárias mais 3 para
ser concluída. O piloto não tem formação profissional para assumir sozinho esta
responsabilidade.
Dr. Xavier Mir, especialista em Traumatologia
Dr. Chartre (MotoGP)
A espada de Dâmocles
Dionísio era rei de Siracusa, o
centro comercial mais bem-sucedido da antiga Sicília. Rico e poderoso, muitos o
invejavam, entre estes, Dâmocles, seu companheiro desde a infância. Cansado com
os frequentes comentários sobre sua sorte, Dionísio ofereceu à Dâmocles a
oportunidade de trocarem de posses, confortos e atribuições pelo período que
conviesse ao amigo. Dâmocles aceitou na hora e, na mesma noite, já ocupou as
instalações reservadas ao rei, usufruindo dos bajuladores, músicos e bailarinas
durante o jantar.
Na manhã do dia seguinte, ao
ocupar o trono para audiências com os súditos, Dâmocles era a própria
felicidade e concentrou-se em exercer o poder com sabedoria e responsabilidade.
Em um raro momento de intervalo, satisfeito com o seu próprio desempenho,
recostou-se no trono e seu olhar perdeu-se no teto, onde descobriu uma coisa
que o deixou apavorado. Sobre o local de trabalho do soberano pendia uma
espada, presa por apenas um fio de crina de cavalo, com a lâmina brilhando,
apontada para o trono. Dâmocles tentou mover o assento real para um local mais
seguro, mas o mesmo era fixo no chão e não foi possível.
A espada de Dâmocles
Sem coragem para voltar a sentar no local reservado ao governante, Dâmocles mandou chamar Dionísio, e perguntou sobre a espada. “Ela sempre esteve ali”, disse o rei. “Ela me assombra todos os dias. Para quem exerce o poder, sempre existe a possibilidade de alguma coisa ou alguém romper o fio. Inimigos, pessoas descontentes com alguma decisão ou amigos enciumados podem atentar contra a pessoa do governante ou prejudicar a sua reputação. A ameaça está associada ao poder. Quem exerce atividades de responsabilidade deve aceitar este risco.
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