Takehiro Koyasu, chefe do Escritório de Operações esportivas da Honda está trabalhando na análise da temporada passada e nas aspirações da equipe para a temporada de 2021. Partindo do fato em que 2020 foi um desastre completo, está analisando o que aconteceu, tentando aprender com seus erros, corrigir o que for possível e criar uma atmosfera otimista em relação a 2021. O infortúnio de perder dois pilotos experientes já foi endereçado com a contratação de Pol Espargaró, que está na MotoGP desde 2014 e tem apresentado bons resultados na KTM.
No final dos testes de inverno antes da abertura da temporada passada, o ajuste da Michelin para os pneus traseiros para 2020 foi bastante complicado, houve ainda uma situação difícil onde a corrida inicial foi cancelada devido à epidemia de Corona Vírus, porém as atividades de desenvolvimento do protótipo RC213V não foram interrompidas. Marc Márquez teve uma participação promissora no Grande Prêmio da Espanha em Jerez, onde a temporada começou, mas infelizmente ele se acidentou. Desde então, a Honda passou um ano pensando em como conseguir que os pilotos da equipe oficial e da independente LCR pudessem utilizar todo o potencial da moto de 2020.
Tetsuhiro Kuwata - Diretor da HRC & Takehiro Koyasu - Gerenciamento de Competições
O cronograma planejado para o desenvolvimento do equipamento não mudou devido à ausência de Marc, os resultados obtidos na temporada por Takaaki Nakagami justificaram o esforço para manter o ritmo de atualizações para obter melhores resultados. Alex Márquez também subiu no pódio em duas corridas, o GP da França e o GP de Aragon. Os desafios dos pneus que foram enfrentados no início do ano foram bem encaminhados e já apresentaram algum resultado na segunda metade do campeonato. O gerente de competições da Honda imagina que já tem um indicativo valioso para a temporada de 2021.
Takaaki Nakagami - pole position na 2ª prova de Aragon
Alex Marquez - Pódio pelo 2º GP consecutivo no GP da França
As relações entre a Honda e sua equipe independente LCR transcendem ao modelo cliente/servidor. Os pilotos da equipe satélite participam com opiniões e observações, que são importantes para o desenvolvimento das máquinas. Em função das circunstâncias que aconteceram em 2020 a fábrica ficou privada de seus dois pilotos mais importantes e experimentados (Márquez e Crutchlow), e recaiu sobre um novato, um piloto de testes e um da equipe satélite defenderem a tradicional marca Honda na temporada. O título de campeão da Moto2 de Alex Márquez não acumulava quilometragem suficiente para apresentar resultados imediatos, o perfil e o treinamento de um piloto de testes (Stefan Bradl) diferem dos exigidos em uma competição e o condutor do protótipo da LCR Idemitsu foi inscrito com um modelo 2019. Estes fatos exigiram uma atitude radical da fábrica.
Reorientaram o foco principal para melhorar a facilidade de manuseio (capacidade de condução) do equipamento. Na carroceria da moto, foram trabalhadas a estabilidade, mudança de direção e tração no momento da desaceleração/aceleração. Com a revisão do quadro, braço oscilante e arranjo de peças foram feitos progressos consideráveis em termos de estabilização da área de desaceleração.
A adaptação ao novo pneu traseiro da Michelin foi complicada. Diversas alternativas foram tentadas, não todas bem-sucedidas. O objeto de análise foi em como a suspensão respondia durante retas e curvas devido ao maior grip do componente. Algum tipo de melhoria foi obtido e levou ao sucesso de Nakagami na segunda metade da temporada e Alex conseguiu 2 pódios consecutivos.
A colaboração de Nakagami foi essencial para ajudar a desenvolver pontos fracos e manter os pontos fortes da moto enquanto os engenheiros buscavam uma maneira de disponibilizar em equipamento mais rápido. Apesar de pilotar para a equipe independente, o objetivo foi desenvolver uma máquina que combinasse com o piloto, graças a sua capacidade de trabalho e apoio da engenharia o japonês pôde mostrar uma grande evolução durante a temporada.
Stefan Bradl
Takaaki Nakagami
Alex Marquez, que terminou no pódio no GP da França e no GP de Aragon. A fábrica não tinha muitas esperanças sobre o ano de estreia do piloto e uma expectativa otimista era que ele conseguisse estar entre os top 5 na segunda metade da temporada. Nas primeiras provas o campeão da Moto2 do ano anterior demorou um pouco para se adaptar, mas várias atualizações implementadas durante os testes de inverno realizados em Misano durante a temporada foram eficazes facilitando o desempenho da máquina, enquanto o piloto alterava seu estilo de condução para explorar melhor seus pontos fortes.
Alex Márquez
Após a lesão de Marc Marquez, Stefan Bradl o substituiu nas provas restantes da temporada e, paralelamente, continuou com as tarefas programadas de piloto de testes da equipe. Provavelmente acumulou mais quilometragem que qualquer outro condutor em 2020. A preparação física e mental é diferente para as duas funções, o alemão se adaptou rapidamente e foi uma grande ajuda para dar feedback sobre o comportamento da moto.
O agora piloto de testes da Yamaha Cal Crutchlow, também foi de grande valia para a Honda em 2020, principalmente nos testes de inverno quando estava em plena forma. Por ter experiência em outros equipamentos, já pilotou Yamaha (Tech3) e participou da equipe oficial da Ducati em 2014, a sensibilidade e o feedback do britânico foram referências importantes para os engenheiros durante a temporada.
Stefan Bradl
Cal Crutchlow
Óbvio, a Honda se ressente da ausência de Marc Márquez e está preparada para seu retorno, Se por acaso ele não estiver no melhor de suas condições físicas, Bradl volta a assumir seu posto, neste caso a equipe estuda maneiras de reduzir a sua carga de trabalho.
Marc Márquez
A equipe Honda não ficou satisfeita com os resultados de 2020 (nem poderia), porém acredita que perder não é um resultado acidental, serve como lição para que os erros nunca mais sejam repetidos. O esforço de desenvolvimento é contínuo, a equipe projeta um retorno às vitórias já nesta temporada.
Os diretores da Honda teceram comentários sobre as modificações introduzidas na temporada passada, incluindo um mecanismo de auxílio nas largadas, que a imprensa chama genericamente de “holeshot”. Apesar de ser uma megatendência e adotado por todos os fabricantes, não é uma modificação simples e inclui diversas peças produzidas por terceiros. Há uma aura de confidencialidade sobre o dispositivo. A empresa não comenta sobre a estrutura, informa que atua na parte traseira da moto e visa reduzir o whellie (cavalinho) na largada. A utilização do mecanismo não é geral, depende das condições de pista e da distância entre a largada e a primeira curva. Há circuitos em que simplesmente não é eficaz.
O cronograma planejado para o desenvolvimento do equipamento não mudou devido à ausência de Marc, os resultados obtidos na temporada por Takaaki Nakagami justificaram o esforço para manter o ritmo de atualizações para obter melhores resultados. Alex Márquez também subiu no pódio em duas corridas, o GP da França e o GP de Aragon. Os desafios dos pneus que foram enfrentados no início do ano foram bem encaminhados e já apresentaram algum resultado na segunda metade do campeonato. O gerente de competições da Honda imagina que já tem um indicativo valioso para a temporada de 2021.
Takaaki Nakagami - pole position na 2ª prova de Aragon
Alex Marquez - Pódio pelo 2º GP consecutivo no GP da França
As relações entre a Honda e sua equipe independente LCR transcendem ao modelo cliente/servidor. Os pilotos da equipe satélite participam com opiniões e observações, que são importantes para o desenvolvimento das máquinas. Em função das circunstâncias que aconteceram em 2020 a fábrica ficou privada de seus dois pilotos mais importantes e experimentados (Márquez e Crutchlow), e recaiu sobre um novato, um piloto de testes e um da equipe satélite defenderem a tradicional marca Honda na temporada. O título de campeão da Moto2 de Alex Márquez não acumulava quilometragem suficiente para apresentar resultados imediatos, o perfil e o treinamento de um piloto de testes (Stefan Bradl) diferem dos exigidos em uma competição e o condutor do protótipo da LCR Idemitsu foi inscrito com um modelo 2019. Estes fatos exigiram uma atitude radical da fábrica.
Reorientaram o foco principal para melhorar a facilidade de manuseio (capacidade de condução) do equipamento. Na carroceria da moto, foram trabalhadas a estabilidade, mudança de direção e tração no momento da desaceleração/aceleração. Com a revisão do quadro, braço oscilante e arranjo de peças foram feitos progressos consideráveis em termos de estabilização da área de desaceleração.
A adaptação ao novo pneu traseiro da Michelin foi complicada. Diversas alternativas foram tentadas, não todas bem-sucedidas. O objeto de análise foi em como a suspensão respondia durante retas e curvas devido ao maior grip do componente. Algum tipo de melhoria foi obtido e levou ao sucesso de Nakagami na segunda metade da temporada e Alex conseguiu 2 pódios consecutivos.
A colaboração de Nakagami foi essencial para ajudar a desenvolver pontos fracos e manter os pontos fortes da moto enquanto os engenheiros buscavam uma maneira de disponibilizar em equipamento mais rápido. Apesar de pilotar para a equipe independente, o objetivo foi desenvolver uma máquina que combinasse com o piloto, graças a sua capacidade de trabalho e apoio da engenharia o japonês pôde mostrar uma grande evolução durante a temporada.
Stefan Bradl
Takaaki Nakagami
Alex Marquez, que terminou no pódio no GP da França e no GP de Aragon. A fábrica não tinha muitas esperanças sobre o ano de estreia do piloto e uma expectativa otimista era que ele conseguisse estar entre os top 5 na segunda metade da temporada. Nas primeiras provas o campeão da Moto2 do ano anterior demorou um pouco para se adaptar, mas várias atualizações implementadas durante os testes de inverno realizados em Misano durante a temporada foram eficazes facilitando o desempenho da máquina, enquanto o piloto alterava seu estilo de condução para explorar melhor seus pontos fortes.
Alex Márquez
Após a lesão de Marc Marquez, Stefan Bradl o substituiu nas provas restantes da temporada e, paralelamente, continuou com as tarefas programadas de piloto de testes da equipe. Provavelmente acumulou mais quilometragem que qualquer outro condutor em 2020. A preparação física e mental é diferente para as duas funções, o alemão se adaptou rapidamente e foi uma grande ajuda para dar feedback sobre o comportamento da moto.
O agora piloto de testes da Yamaha Cal Crutchlow, também foi de grande valia para a Honda em 2020, principalmente nos testes de inverno quando estava em plena forma. Por ter experiência em outros equipamentos, já pilotou Yamaha (Tech3) e participou da equipe oficial da Ducati em 2014, a sensibilidade e o feedback do britânico foram referências importantes para os engenheiros durante a temporada.
Stefan Bradl
Cal Crutchlow
Óbvio, a Honda se ressente da ausência de Marc Márquez e está preparada para seu retorno, Se por acaso ele não estiver no melhor de suas condições físicas, Bradl volta a assumir seu posto, neste caso a equipe estuda maneiras de reduzir a sua carga de trabalho.
Marc Márquez
A equipe Honda não ficou satisfeita com os resultados de 2020 (nem poderia), porém acredita que perder não é um resultado acidental, serve como lição para que os erros nunca mais sejam repetidos. O esforço de desenvolvimento é contínuo, a equipe projeta um retorno às vitórias já nesta temporada.
Os diretores da Honda teceram comentários sobre as modificações introduzidas na temporada passada, incluindo um mecanismo de auxílio nas largadas, que a imprensa chama genericamente de “holeshot”. Apesar de ser uma megatendência e adotado por todos os fabricantes, não é uma modificação simples e inclui diversas peças produzidas por terceiros. Há uma aura de confidencialidade sobre o dispositivo. A empresa não comenta sobre a estrutura, informa que atua na parte traseira da moto e visa reduzir o whellie (cavalinho) na largada. A utilização do mecanismo não é geral, depende das condições de pista e da distância entre a largada e a primeira curva. Há circuitos em que simplesmente não é eficaz.
A intimidade da RC213V
Um dispositivo adicional como o “holeshot” e um mecanismo a mais sujeito a dar problema e aumenta o peso do equipamento. Além do mais por ser um controle que tem que ser operado manualmente, uma preocupação adicional para o piloto.
Uma rara imagem da RC213V sem a carenagem
Oficialmente esta peça foi homologada para enrigecer o braço oscilante
Sobre o comportamento do novo pneu traseiro da Michelin, os bons resultados da segunda metade da temporada 2020 indicam que a Honda está apreendendo o que pode ser feito para facilitar a vida de seus pilotos. Controlar o comportamento do novo composto é um desafio para 2021
A postura da fábrica japonesa é de ser desafiante ao título. A Honda aprende com seus erros e derrotas, como o motor está congelado para a próxima temporada, melhorias podem ser feitas no quadro, sistemas de admissão e escape, aerodinâmica e controle de mapeamento, sempre em conformidade com as regulamentações. Em 2020, a equipe não conseguiu mostrar força, então o objetivo para 2021 é recapturar a tríplice coroa.
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