segunda-feira, 30 de abril de 2018

F1 - De gênio e louco todo mundo tem um pouco


Azerbaijão 2018 - Ricciardo & Verstappen



  
O título, extraído da obra de Augusto Cury, pode ser aplicado sem muitas restrições ao piloto Max Verstappen. Em 2015 a FIA estabeleceu a idade mínima de 18 anos como condição obter uma Super Licença, habilitação necessária para pilotar um Fórmula 1 a partir de 2016. Neste ano, com 17 anos e cinco meses, Max Verstappen estreou na equipe Toro Rosso e já no seu segundo GP, na Malásia, obteve a sétima colocação marcando seus primeiros pontos no Mundial.
A biografia do belga-holandês registra diversas marcas, o mais jovem piloto a liderar uma volta em um GP oficial, conseguir uma volta mais rápida, alcançar um pódio e vencer um GP. Se não houver novas mudança dos regulamentos no futuro, ele entra na história da F1 como o talento mais precoce das pistas de todos os tempos. 
Max Emilian Verstappen nasceu em 30 de setembro de 1997 em Hasselt, Bélgica, sua família sempre esteve associada com provas de velocidade. Seu pai, Jos Verstappen, participou entre 1994 e 2003 de 107 GPs da F1, nunca conseguiu uma vitória e seus melhores resultados foram dois pódios. Sua mãe, Sophie Kumpen, competiu profissionalmente no kart entre 1991 e 1995, conseguindo títulos importantes, como o campeonato belga em duas oportunidades e o Troféu Andrea Margutti, na Itália, dividindo as pistas com pilotos como Jarno Trulli e Giancarlo Fisichella. Max nasceu na Bélgica e por opção compete sob a bandeira da Holanda, pilotou um F1 antes de obter sua habilitação de motorista (não tinha idade suficiente). Atualmente, à exemplo de diversas personagens do esporte mundial, reside em Mônaco, e alega comodidade, não razões fiscais.
Todos reconhecem seu talento como piloto, embora muitos o classifiquem como imaturo e irresponsável. Niki Lauda, uma legenda da F1, é mais cáustico, afirma que em sua quarta temporada o argumento da idade já perdeu a validade e que algumas de suas reações demonstram falta de inteligência.
Verstappen foi o 12º classificado em sua primeira temporada em 2015 marcando 47 pontos. A impetuosidade do holandês ficou evidente no GP de Mônaco, quando se envolveu em acidente nos treinos e entrou na traseira de uma Lotus durante a prova. Neste fim de semana o então piloto da Williams Felipe Massa o classificou como “Perigoso”.
Na temporada seguinte a impaciência de Verstappen ficou evidente já na primeira prova, onde pediu insistentemente uma ordem da equipe para que o colega de equipe Carlos Sains permitisse a ultrapassagem na pista. Neste ano a Red Bull tomou uma decisão administrativa ao promover o piloto para o lugar do russo Daniil Kvyat, que ocupou o seu lugar na Toro Rosso. A Red Bull investiu pesado no jovem, que venceu em sua estreia na nova equipe no GP de Barcelona, depois de os boxes chamarem o então líder, Daniel Ricciardo para uma troca extra de pneus. Neste mesmo ano no GP da Bélgica protagonizou diversas rusgas com o finlandês Kimi Raikkonen, ambos largaram nas primeiras posições e despencaram para 7º e 11º no resultado final.
Max Verstappen não passa despercebido pelos que acompanham a F1. Existem dois grupos distintos, os que admiram incondicionalmente o seu talento e os que criticam a sua impetuosidade. Sua habilidade é muitas vezes eclipsada por excesso de autoconfiança. Em 2017 em Singapura participou de uma colisão múltipla na largada forçando Raikkonen contra o muro, manobra que resultou na exclusão sua e das duas Ferrari da prova. No mesmo ano recebeu uma punição de 5 segundos, que o tirou do pódio no GP das Américas realizado em Austin, por ultrapassar Kimi Raikkonen na disputa pela terceira colocação. Foi penalizado por não respeitar os limites da pista e, em uma cena constrangedora capturada pela cobertura da TV, foi notificado na antessala da premiação do pódio.
Toda a mídia que cobre a F1 entende que Max, embora não reconhecido pela Red Bull, é o piloto preferido pelo comando da equipe. Segundo um jornalista australiano, esta situação foi comprovada na última prova no Azerbaijão. Depois de uma disputa acirrada na pista, Daniel Ricciardo finalmente conseguiu deixar o holandês para trás e foi chamado imediatamente para trocar pneus, antes que pudesse abrir uma boa vantagem. Max foi chamado a seguir, enquanto o australiano em seu retorno não tinha condições de fazer uma volta rápida. Verstappen foi devolvido à pista na frente de seu companheiro de equipe e dificultou ao máximo entregar a posição, embora seu equipamento já não estivesse tão eficiente. Ambos colidiram em uma tentativa de ultrapassagem. Os comissários da FIA dividiram a responsabilidade da batida, o locutor tupiniquim concluiu que quem bate por trás sempre tem culpa, as imagens mostram claramente que Verstappen costurou na pista, manobra ilegal, tentando manter a sua posição.
Apesar de ter apenas 20 anos, Max Verstappen já participou de 64 GPs, alegar inexperiência já não é mais aceitável. Em 2016 provocou incidentes na Hungria, Bélgica e México, no ano seguinte tirou seu colega da prova da Hungria e as duas Ferrari em Singapura. Este ano não tem sido favorável para ele, seu melhor resultado foi um 5º lugar na China e não completou os GPs do Bahrein e Azerbaijão. A batida com Ricciardo é o quarto incidente este ano, e só ocorreram 4 etapas. No Bahrein bateu rodas com Lewis Hamilton no início da prova. Novo contato com Lewis e provocou uma rodada de Vettel em Xangai, e em Baku foi abalroado pelo colega de equipe. O piloto belga-holandês merece o apelido de “Mad Max”.

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