RC213V 2017 |
A
RC213V 2017 é uma evolução do modelo desenvolvido pela Honda Racing Corporation
(HRC) para o mundial de MotoGP em 2012, quando uma mudança radical no
regulamento da competição especificou exclusivamente motores quatro tempos,
quatro cilindros, capacidade cúbica limitada em 1000 cc e o diâmetro de cada
cilindro de, no máximo, 81 mm. O protótipo produzido pela Honda foi
identificado como RC213V, RC é o prefixo adotado pela fábrica
para modelos de competição, terceira versão do motor com cilindros em V
(RC213V) produzida no século 21 (RC213V).
O
projeto foi um sucesso desde o início, os pilotos oficiais da equipe, Casey
Stoner e Dani Pedrosa, venceram 12 das 18 provas do ano, entretanto o título
foi conquistado pela consistência de Jorge Lorenzo da Yamaha. A Honda voltou ao
topo nos dois anos seguintes, o ápice do desempenho foi em 2014, quando a
equipe (Márquez e Pedrosa) venceram 14 das dezoito provas disputadas.
Os
organizadores da MotoGP identificaram que a enorme capacidade de investimentos
das fábricas, em particular a Honda, eram um fator de desequilíbrio para as
competições e adotaram diversas providências para baixar os custos, facilitar o
acesso de mais equipamentos ao grid e tornar as provas mais disputadas. Uma
destas medidas obrigou a utilização de um software padronizando desenvolvido
pela Magneti-Marelli (Grupo Fiat, Itália), privando a Honda de seu mais
eficiente recurso, o gerenciamento eletrônico que permitia controlar a brutal
potência do motor.
A
moto tem problemas de concepção para adequar-se ao atual regulamento, seu
projeto original foi desenvolvido contando com a capacidade do software japonês
para dosar de maneira adequada a potência gerada pelo V4 e com a resistência e
aderência do pneu dianteiro produzido pela Bridgestone. Pela lógica dos
projetistas, o equipamento teria condições de administrar a redução da
velocidade em espaço menor antes de iniciar o contorno de uma curva e gerenciar
melhor a retomada.
O
modelo 2017 (ainda) não tem mudanças visuais de impacto na carenagem, que
esconde os resultados do trabalho da fábrica japonesa na entressafra.
Assim
como todos os outros fabricantes, a HRC lacrou antes do início da prova no
Catar os motores, 35 ao todo, que devem ser utilizados pelos pilotos que
participam da temporada com equipamentos Honda (Márquez, Pedrosa, Crutchlow,
Miller e Rabat). Os V4 da temporada passada, com a sequência de disparo em
intervalos regulares separados por 180° (característica dos motores
“Screamer”), foram substituídos por unidades que aproximam os pontos de ignição
(característica “Big Bang”). A Honda não divulgou como esta distribuição é
realizada, informações vazadas indicam que dois pistões disparam juntos e o par
restante em um momento ligeiramente diferente. Estas mudanças são direcionadas
para aumentar o desempenho das motos em curvas e fornecer maior potência na
retomada de aceleração.
O
chassi de 2017 foi modificado para permitir a máxima estabilidade em curvas,
montado em longarinas de alumínio (twin-spar) é extremamente leve e fornece a
rigidez ideal e as características necessárias para conter e entregar a
potência do motor para o pneu traseiro. O conjunto apresenta flexibilidade
ideal, cuidadosamente projetada para melhorar a aderência do pneu.
A
RC213V é equipada com uma atualização das suspensões Ohlins para ambas as
rodas. A suspensão fornece a ligação essencial entre a roda e o chassi, sua
função é manter o pneu em contato com o piso e produzir a aderência máxima
compensando as rugosidades da pista. A calibragem da suspensão é vinculada às
características de cada piloto e a Repsol Honda mantém um engenheiro da Ohlins
dedicado a cada equipamento.
O
sistema de escapamento da RC213V 2017 migrou para o SC-Project (Milão, Itália),
abandonando a tecnologia Termignoni (Predosa, Itália) utilizada na temporada
passada. O novo sistema tem visual semelhante ao anterior, mas é um pouco mais
reto e mais angular, com um cano de escapamento bem mais longo. O novo arranjo
foi desenvolvido considerando as características do motor “Big Bang”, como mais
um detalhe para otimizar a potência.
Uma
análise mais detalhada das características identificou em Losail que o sistema
de freios é diferente para cada piloto da Repsol Honda. A RC213V #93 é equipada
com um disco de freio traseiro ventilado, na #26 é sólido. Esta diferença já
foi identificada em algumas provas na temporada passada, confirma que o estilo
de condução de Márquez é diferente de Pedrosa e exige mais dos freios.
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