Médicos dão sinal verde para Marc Márquez voltar a disputar a MotoGP; “Com o resultado dos últimos exames, a avaliação atual é que o paciente está em condições de competir".
Marc Márquez is back
Após os seus últimos exames, os médicos finalmente avaliaram que o oito vezes campeão mundial Marc Márquez está novamente apto a competir.
A declaração oficial da Repsol Honda não menciona explicitamente o GP do próximo fim de semana em Portimão, porém em suas redes sociais Marquez deixou claro que estará a caminho para a 3ª prova da temporada no Autódromo Internacional do Algarve, terceira rodada do mundial 2021: “Foram 9 meses difíceis com diversos momentos de incertezas, finalmente poderei desfrutar da minha paixão novamente! Até o próximo fim de semana em Portimão! ”
Depois de testar uma moto de produção RC213V-S duas vezes no mês passado, Marquez estava imaginando um retorno na abertura da temporada no Catar. No entanto, os médicos concluíram que sua problemática fratura no braço direito ainda não estava em condições de suportar sem riscos os esforços necessarios para um GP..
A junta médica que executou o procedimento e acompanhou a recuperação de sua 3ª cirurgia finalmente acionou a luz verde e, desde que seja aprovado na verificação obrigatória pelos médicos da MotoGP na quinta-feira, Márquez pode completar suas primeiras voltas em uma RC213V em Portimão (onde já rodou em testes com uma moto comercial).
O comunicado emitido pela Repsol Honda informa: “Na revisão realizada em Marc Márquez pela equipe médica do Hospital Ruber Internacional, quatro meses após a cirurgia liderada pelos médicos Samuel Antuña e Ignacio Roger de Oña, e composta pelos doutores De Miguel, Ibarzabal e García Villanueva, para a correção de uma pseudoartrose infectada do úmero direito, foi encontrada uma condição clínica satisfatória, com evidentes progressos no processo de consolidação óssea.
Na situação atual, considera-se que o paciente pode voltar à competição, assumindo o risco razoável implícito em sua atividade esportiva. ”
Equipe Repsol Honda
Ao ficar ausente das provas no Catar, Márquez já poderia estar 50 pontos atrás do líder pela corrida pelo título mundial se, como no ano passado em Jerez, o mesmo piloto tivesse vencido as duas corridas iniciais.
Entretanto o atual líder do campeonato é Johann Zarco, de uma equipe independente da Ducati, com 40 pontos, enquanto os vencedores da Yamaha no Catar, Maverick Vinales e Fabio Quartararo, estiveram ausentes do pódio na outra corrida e, portanto, só conseguiram acumular 36 pontos. Pior ainda é a situação do atual campeão mundial, Joan Mir da Suzuki, que inicia a temporada europeia com apenas 22 pontos de um total possível 50.
Combinando estas pontuações baixas dos concorrentes nesta que parece ser uma temporada muito equilibrada, Márquez está longe de ficar fora da disputa pelo título, lembrando que faltam ainda 17 etapas e que se alguma prova for cancelada, será substituída por um circuito de reserva ou por rodadas duplas onde estiver programado um GP.
A pergunta de um milhão de dólares é quanto tempo Marc leva para voltar à sua forma antiga, depois de tanto tempo fora de uma moto de competição. Resta também saber como está o desenvolvimento atual da moto, a fábrica está sem vitórias desde a sua lesão em Jerez, e seu irmão mais novo Alex conquistou os 2 únicos pódios (Le Mans e Aragon) da temporada passada.
A equipe Honda tem um histórico favorável na recuperação de pilotos sinistrados, Mick Doohan sofreu um acidente sério em 1992 e passou toda a temporada de 1993 competindo com dificuldades, sem sensibilidade na perna. No ano seguinte iniciou uma série contínua de vitórias nos mundiais que resultou em 5 títulos consecutivos. Mick Doohan sempre será lembrado por ter criado o acionamento do freio traseiro com o polegar esquerdo, sua perna estava debilitada demais para operar com o pé. Na época a Honda permitiu que o piloto participasse das competições sem as suas melhores condições físicas, o que não acontece com Márquez.
O protótipo da Honda que apresentou melhor resultado no Catar foi o do seu novo companheiro de equipe, Pol Espargaro, que conquistou o 8º e 13º lugares. Em relação ao novo contratado pela Repsol Honda, as diferenças de tempo para o vencedor foram bem melhores que os resultados indicam, 5.990 segundos de Maverick Vinales na corrida 1 e 6,063 segundos para a outra Yamaha (Fabio Quartararo) de fábrica na corrida 2. O tempo de corrida de Espargaro melhorou em 4,593s durante a segunda prova, apesar de dois erros na Curva 1. Antes do 2º erro, o piloto estava a apenas 2,6 segundos do líder.
Jorge Martin
Analisando as atuais condições da disputa pelo mundial, Johann Zarco da Pramac, satélite da Ducati, lidera a classificação da MotoGP com 40 pontos, seguido por Quartararo e Vinales com 36, Francesco Bagnaia (Pramac) com 26 e Alex Rins (Suzuki) com 23. Seu companheiro de equipe, o atual campeão Joan Mir conseguiu apenas 22 pontos, enquanto o piloto líder da Ducati, Jack Miller tem 14 e outro favorito na pré-temporada, o vice-campeão da Petronas Yamaha em 2020 Franco Morbidelli, conseguiu 4. Existem ainda disputas internas na Yamaha (Vinales vs Quartararo) e na Suzuki (Mir vs Rins) sobre quem deve liderar a equipe. Os pilotos oficiais da Ducati, Miller e Binder, sequer conseguem acompanhar Johann Zarco e Jorge Martin (Novato) da satélite Pramac.
Na temporada passada, de um total de 14 provas, o campeão mundial Joan Mir não pontuou em 3 (Jerez, República Tcheca e Portimão), pouco mais e 20% das etapas disputadas. Projetando este resultado para as 19 provas previstas para esta temporada, implica que pode haver um campeão que não pontue em até 4 provas.
Por incrível que pareça, a fábrica que possui o melhor histórico na história do mundial de motociclismo esportivo, a Honda, é a 6ª classificada no campeonato de construtores, atrás da Yamaha, Ducati, Suzuki, KTM e Aprilia.
Depois de Portimão, a próxima corrida programada será o Grande Prêmio da Espanha no início de maio, no circuito que presenciou a incrível recuperação de Márquez da 17ª para a 3ª colocação antes de sofrer o acidente que causou o seu afastamento de 2020 e incliuiu as 2 provas inaugurais de 2021. Jerez também foi onde houve mais um acidente com Mick Doohan em 1999, que acabou resultando em sua aposentadoria das pistas.
Em 2020 depois de uma cirurgia para ajudar a consolidação do seu membro fraturado na prova de abertura, Márquez tentou um retorno antecipado no fim de semana seguinte sem condições, se retirou após a qualificação e precisou de uma segunda operação quando a placa quebrou devido ao acúmulo de estresse alguns dias depois.
Como a consolidação da fratura não evoluia, uma terceira operação foi realizada em dezembro no Hospital Internacional Ruber em Madrid, por uma outra equipe médica, quando foi identificada uma infecção no osso (pseudoartrose) que estava retardando o processo de consolidação e adotado um outro procedimento, com a administração de antibióticos e enxerto ósseo vascularizado, cujos resultados acabam de ser aprovados.
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