Joan
Mir, Davide Brivio & Alex Rins
A intenção dos
organizadores do mundial de motociclismo não é novidade, foi mencionada aqui no
Stilohouse este ano (Eu tenho um
sonho! - StiloHouse) e voltou a ser
comentada com mais ênfase nos planos para a temporada 2022. O sonho
compartilhado entre as entidades que administram o evento anual, Federation
Internationale de Motocyclisme (FIM), Dorna que controla os direitos
comerciais, construtores representados pela Motorcycle Sports Manufacturer’s
Association) (MSMA) e entidade que defende os interesses das equipes,
fornecedores e patrocinadores International Road Racing Teams Association
(IRTA) é operacionalizar um campeonato com 24 participantes, distribuídos entre
6 fabricantes, cada qual com 4 pilotos, 2 representando a equipe oficial e 2
uma independente, competindo em um calendário de no máximo 22 GPs.
Regulamento 2020 da MotoGP
A Suzuki pode ter
conquistado o título de 2020 sem o benefício de uma equipe satélite, porém parece
mais uma questão de "quando", não "se" a fábrica pretende expandir
sua atuação na MotoGP. A presença da Suzuki no mundial está limitada a uma
equipe oficial de fábrica desde o início da era dos quatro tempos em 2002.
Apoiar uma equipe de
satélite requer o comprometimento de recursos extras, porém a contrapartida de
fornecer aos engenheiros o acesso a muito mais dados de pista é atraente. São
benefícios adquiridos tanto no curto prazo, ajudando na configuração em um fim
de semana de corrida, quanto a longo prazo, ao decidir sobre o desenvolvimento
futuro e os testes de novas peças. Para a Suzuki ter uma equipe independente é
uma situação complexa porque sempre trabalharam com apenas dois equipamentos,
não tem como saber os benefícios exatos de uma equipe de satélite.
A fábrica tem uma equipe
de testes experiente, os pilotos Sylvain Guintoli, Takuya Tsuda e Naochimi
Uramoto são excelentes e fornecem muitos feedbacks úteis. Foi suficiente para
conquistar o título de 2020, embora o campeão Joan Mir tenha acumulado 171
pontos dos 350 possíveis, um desempenho medíocre quando comparado com os 420
pontos de um máximo de 475 obtidos por Márquez na temporada 2019. O acréscimo
de dados coletados por pilotos de satélites durante a competição é importante
para manter e melhorar a competitividade dos protótipos no futuro.
Existem poucas dúvidas
que o melhor pacote da temporada 2020 foi a GSX-RR da Suzuki, que conquistou o
campeonato com Mir e a 3ª colocação com Rins, por consequência é uma parceria
cobiçada pelas equipes independentes em busca de uma colaboração futura.
A principal candidata
nesta fase parece ser Gresini Racing, que recentemente confirmou que não vai
continuar como equipe de fábrica da Aprilia e voltará ao status independente em
2022. A escolha do maquinário ainda não foi anunciada, mas Gresini já reservou
uma de suas vagas de 2022 para o piloto da Moto2, Fabio Di Giannantonio.
Fabio
Di Giannantonio – Speed Up Moto2
A Aprilia está programada
para administrar a sua equipe de fábrica em 2022 e, embora seja possível que
Gresini possa continuar com a Aprilia como uma equipe de satélite, Fausto Gresini
descreve o futuro de sua equipe como um “projeto ambicioso, cujos detalhes
devem ser revelados aos poucos”, um discurso que não parece se encaixar com uma
transição de fábrica para status de satélite da Aprilia.
A postura de Di Giannantonio também não
respalda esta ideia, o jovem italiano já indicou que gostaria de pilotar pela
Ducati, como seu ídolo Troy Bayliss, e um contrato diretamente com a Ducati
Corse em vez de uma equipe independente seria o caminho normal. A imprensa
noticiou que Di Giannantonio foi visto em negociações com Suzuki antes de
fechar contrato com a Gresini. Como Mir e Rins tem contrato até o fim de 2023,
a equipe de fábrica está definida em 2022 e surgiu um ruído de uma possível
ligação futura entre Gresini e Suzuki. A imprensa especializada em
motovelocidade noticiou que Di Giannantonio foi um dos pilotos da Moto2 (Marco
Bezzecchi e Joe Roberts também foram citados) que recusaram a vaga de Andrea
Iannone na Aprilia para a próxima temporada. Não precisa mais de 2 neurônios para
entender que seria mais lógico Di Giannantonio pilotar para a equipe oficial da
Aprilia em 2021 que esperar uma RS-GP de uma equipe satélite (Gresini) em 2022.
O italiano de 22 anos
completou duas temporadas na Moto2 até agora, com Speed Up, conquistando quatro
pódios. Para efeitos de comparação, Mir fez apenas uma temporada na Moto2
(quatro pódios, nenhuma vitória) antes de se juntar à Suzuki na MotoGP aos 21
anos.
Outro benefício de ter
uma equipe de satélite é que um fabricante tem um lugar para colocar suas
estrelas em ascensão (caso de Di Giannantonio) como preparação de uma promoção
para a equipe de fábrica.
Sete Gibernau com uma Honda RC211V da Gresini Racing em 2003
A Gresini Racing tem
histórico na principal classe do mundial de motociclismo, em 2003 seu piloto
Sete Gibernau classificou em 2º lugar com uma Honda, entanto não é a única
possibilidade de satélite para a Suzuki. A equipe Sepang, com suporte
financeiro da Petronas, atualmente tem uma parceria exitosa com a Yamaha,
venceu 6 GPs em 2020 e seu piloto Franco Morbidelli foi o segundo no mundial.
Em 2018 quando avaliava a possibilidade de inscrever uma equipe na MotoGP houve
negociações com a Suzuki, que ofereceu motos idênticas às da equipe oficial.
Por arranjos comerciais houve uma decisão em favor da Yamaha, que ofereceu um
conjunto de máquinas Factory-Spec (Quartararo) e um conjunto de A-Spec
(Morbidelli). As conversas entre Sepang-Suzuki também implicam em que se a Suzuki
estava pronta e disposta a apoiar uma equipe de satélite para 2019, portanto a
ausência de mais GSX-RRs no grid é encontrar um parceiro adequado e não falta
de recursos da fábrica. Como o contrato de Valentino Rossi com a Yamaha, que
cedeu o piloto para a Sepang termina no final de 2021, não seria de todo
descartado que os malaios e a Suzuki possam conversar sobre 2022.
O próprio Rossi é um dos
muitos pilotos mais entusiasmados sobre o desempenho da Suzuki nesta temporada.
Em 2021 seu irmão mais novo, Luca Marini, será apoiado pela na Avintia Ducati,
decisão que pode ser entendida como um ensaio da presença de uma equipe própria
de Valentino Rossi na MotoGP. A questão é, se isto ocorrer, que máquinas
pretendem usar.
Davide Brivio – “Capo di tutti capi” da Suzuki
A ligação de Rossi com o
atual gerente da equipe Suzuki, Davide Brivio, é antiga. Brivio desempenhou um
papel importante para convencer Rossi a fazer a mudança de Honda para a Yamaha
no final de 2003, e atuou como administrador da equipe do Doctor em seus
últimos anos de sucesso com a M1.
Ambos deixaram a Yamaha
no final de 2010, Brivio continuou a assessorar o VR46 até assumir a oferta da
Suzuki ano retorno da fábrica à MotoGP em 2015. Rossi não é econômico ao
elogiar Davide, em suas palavras “A Suzuki trabalha muito bem. Brivio faz um
trabalho fantástico, porque é capaz de equilibrar o que é realizado no Japão com um trabalho muito
forte na Itália. Especialmente em convencer os japoneses a trabalhar em
conjunto com os europeus e italianos, que resulta em uma equipe muito forte.”
Alguns acreditam que a
conexão entre Rossi & Brivio poderia abrir caminho para a VR46 (equipe)
possa utilizar Suzukis em 2022. A vem de longa data, embora nos últimos anos o
veterano campeão tenha sido muito ácido em suas críticas nas últimas
temporadas. Certamente ser substituído por Quartararo e exportado para a Sepang
Petronas não era o final de carreira que tinha planejado.
A criação de uma equipe
VR46 para a MotoGP com M1s seria o lógico, porém é improvável que esteja nos
planos dos nipônicos competir com 6 motos no grid. Outo movimento significativo
foi a Monster Energy, uma das principais patrocinadoras da Yamaha, Rossi e
VR46, anunciar que também estampar sua marca na Suzuki a partir da próxima
temporada.
Ou seja, a Suzuki com
várias opções competitivas de Satélite para 2022 e o a única certeza que existe
é que a Gresini contratou Di Giannantonio para 2022 em outubro.
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