domingo, 27 de maio de 2018

Último Domingo de maio – F1, Indy 500 & Isle of Man





Glamour nas ruas de Monte Carlo


Mônaco

Olha, lá vai passando a procissão, se arrastando que nem cobra pelo chão...
Os versos escritos por Gilberto Gil no clássico da MPB em 1964 podem ser utilizados para descrever as últimas provas de Fórmula 1 realizadas no principado de Mônaco. A sexta etapa da temporada de 2018 no circuito desenhado nas vias urbanas de Monte Carlo obedeceu um dos princípios da Teoria das Filas, utilizada na Ciência da Computação: “First In, First Out (FIFO), o primeiro a entrar na fila é o primeiro a sair. Portando para prova, a ordem de largada corresponde à ordem de chegada.

Os cinco melhor classificados no grid de largada iniciaram e terminaram a corrida na mesma ordem. Eventuais trocas nas primeiras colocações durante a prova foram causadas, e compensadas, nas paradas nos boxes. Toda a expectativa e emoção que não aconteceu no circuito foi explorada na monitoração do rádio das equipes. Antes do meio da prova o vencedor, Daniel Ricardo, relatou que seu motor perdeu potência. A velocidade nominal da sua Red Bull em alguns pontos do circuito era 30km/h mais lenta que a Ferrari de Vettel, entretanto esta diferença pontual não foi suficiente para o alemão tentar uma única vez tomar a liderança. Houve também uma argumentação entre Lewis Hamilton e o box da Mercedes, o inglês reclamando do estado dos pneus e sugerindo uma troca, a equipe entendendo que uma parada adicional seria prejudicial para a pontuação no campeonato, a posição do box prevaleceu e o atual campeão mundial conquistou mais um pódio. Até um encontro nas pistas que normalmente rende disputas acirradas, entre os finlandeses Kimi Raikkonen e Valtteri Bottas, foi bem-comportado e as posições mantidas.

A prova de Monte Carlo ainda é a joia da coroa da Fórmula 1, mas há indicações que pode estar perdendo o brilho. O glamour permanece, porem este ano o número de eventos paralelos à competição, promovidos por fábricas e patrocinadores, foi muito reduzido. O principado é um dos pouco locais que ainda admite campanhas conjuntas com o patrocínio das indústrias do tabaco. Não há nenhum regulamento da FIA que impeça propaganda de cigarros, entretanto esta limitação é prevista por legislações da União Europeia e por leis nacionais. A Philip Morris tem contrato com a equipe Ferrari desde meados dos anos 80, embora o logo da Marlboro não esteja presente na pintura do carro desde 2007. Externamente apenas as cores vermelha e branca mantêm alguma forma de vinculação entre a Ferrari e a Philip Morris. Este ano o contrato de parceria foi estendido até 2021, realinhado com a meta de um mundo livre de fumo trocando a nicotina por alternativas menos nocivas.

Quem melhor definiu o GP de Mônaco disputado no último domingo foi o loquaz piloto Fernando Alonso: “Quem pagou ingresso devia pedir reembolso. Foi a corrida mais monótona da história”.  O GP de Cingapura, um espetáculo noturno disputado no circuito de 5,065km e 23 curvas de Marina Bay, tem sido citado frequentemente como um evento que rivaliza com o charme de Monte Carlo.




A despedida de Danica Patrick
Indy 500


Will Power venceu a 102ª edição das icônicas 500 milhas de Indianápolis, depois de assumir a liderança com menos de cinco voltas para o final. Power largou com o terceiro tempo e esteve entre os líderes durante toda a prova. A corrida foi tranquila para os padrões de Indianápolis, apenas um acidente envolveu mais de um carro, em todos os outros o piloto rodou sozinho. Entre os que abandonaram a prova estiveram dois brasileiros, Tony Kanaan e Hélio Castroneves, o terceiro tupiniquim na pista, o gaúcho Matheus Leist terminou em 13º. A prova também marcou a despedida de Danica Patrick da pista de Indianápolis, ela foi mais uma que abandonou.

Diversos pilotos identificaram que o pacote aerodinâmico padronizado talvez não seja adequado para circuitos ovais. Caracterizado pela asa traseira de dimensões reduzidas, não apresenta o “downforce” necessário e facilita a perda de controle do carro ao menor descuido, o que em ovais significa bater. Esta teria sido a causa do abandono de Kanaan e Castroneves na prova.



Ian Hutchinson na Ilha de Man


Isle of Man

Começou no último sábado a programação oficial deste ano do Isle of Man TT, a mais emblemática prova de motociclismo mundial realizada durante duas semanas na Ilha de Man, uma dependência da Coroa do Reino Unido no mar da Irlanda. Em 2017 mais de 45.000 entusiastas de todo o mundo convergiram para ilha para assistir à competição, escolhendo um local acompanhar a passagem das motos ao longo dos 60,725km do traçado.   

Os espectadores no ano passado testemunharam a intensa rivalidade entre dois dos pilotos mais bem-sucedidos da história do Road Racing, o britânico Ian Hutchinson e irlandês Michael Dunlop. Huntchinson já é o quarto maior vencedor da pista com 16 vitórias, Dunlop acumula 15 e está contando com os resultados deste ano para igualar ou ultrapassar o rival. O britânico tem 38 anos de idade, um a menos que o ídolo da MotoGP Valentino Rossi, e ainda participa de competições de alto nível.


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