Glamour nas ruas de Monte Carlo |
Mônaco
Olha,
lá vai passando a procissão, se arrastando que nem cobra pelo chão...
Os
versos escritos por Gilberto Gil no clássico da MPB em 1964 podem ser
utilizados para descrever as últimas provas de Fórmula 1 realizadas no
principado de Mônaco. A sexta etapa da temporada de 2018 no circuito desenhado
nas vias urbanas de Monte Carlo obedeceu um dos princípios da Teoria das Filas,
utilizada na Ciência da Computação: “First In, First Out (FIFO), o primeiro a
entrar na fila é o primeiro a sair. Portando para prova, a ordem de largada
corresponde à ordem de chegada.
Os
cinco melhor classificados no grid de largada iniciaram e terminaram a corrida
na mesma ordem. Eventuais trocas nas primeiras colocações durante a prova foram
causadas, e compensadas, nas paradas nos boxes. Toda a expectativa e emoção que
não aconteceu no circuito foi explorada na monitoração do rádio das equipes.
Antes do meio da prova o vencedor, Daniel Ricardo, relatou que seu motor perdeu
potência. A velocidade nominal da sua Red Bull em alguns pontos do circuito era
30km/h mais lenta que a Ferrari de Vettel, entretanto esta diferença pontual
não foi suficiente para o alemão tentar uma única vez tomar a liderança. Houve
também uma argumentação entre Lewis Hamilton e o box da Mercedes, o inglês
reclamando do estado dos pneus e sugerindo uma troca, a equipe entendendo que
uma parada adicional seria prejudicial para a pontuação no campeonato, a
posição do box prevaleceu e o atual campeão mundial conquistou mais um pódio.
Até um encontro nas pistas que normalmente rende disputas acirradas, entre os
finlandeses Kimi Raikkonen e Valtteri Bottas, foi bem-comportado e as posições
mantidas.
A
prova de Monte Carlo ainda é a joia da coroa da Fórmula 1, mas há indicações
que pode estar perdendo o brilho. O glamour permanece, porem este ano o número
de eventos paralelos à competição, promovidos por fábricas e patrocinadores,
foi muito reduzido. O principado é um dos pouco locais que ainda admite campanhas
conjuntas com o patrocínio das indústrias do tabaco. Não há nenhum regulamento
da FIA que impeça propaganda de cigarros, entretanto esta limitação é prevista
por legislações da União Europeia e por leis nacionais. A Philip Morris tem
contrato com a equipe Ferrari desde meados dos anos 80, embora o logo da
Marlboro não esteja presente na pintura do carro desde 2007. Externamente
apenas as cores vermelha e branca mantêm alguma forma de vinculação entre a
Ferrari e a Philip Morris. Este ano o contrato de parceria foi estendido até
2021, realinhado com a meta de um mundo livre de fumo trocando a nicotina por
alternativas menos nocivas.
Quem
melhor definiu o GP de Mônaco disputado no último domingo foi o loquaz piloto
Fernando Alonso: “Quem pagou ingresso devia pedir reembolso. Foi a corrida mais
monótona da história”. O GP de
Cingapura, um espetáculo noturno disputado no circuito de 5,065km e 23 curvas
de Marina Bay, tem sido citado frequentemente como um evento que rivaliza com o
charme de Monte Carlo.
A despedida de Danica Patrick |
Indy 500
Will
Power venceu a 102ª edição das icônicas 500 milhas de Indianápolis, depois de
assumir a liderança com menos de cinco voltas para o final. Power largou com o
terceiro tempo e esteve entre os líderes durante toda a prova. A corrida foi
tranquila para os padrões de Indianápolis, apenas um acidente envolveu mais de
um carro, em todos os outros o piloto rodou sozinho. Entre os que abandonaram a
prova estiveram dois brasileiros, Tony Kanaan e Hélio Castroneves, o terceiro
tupiniquim na pista, o gaúcho Matheus Leist terminou em 13º. A prova também
marcou a despedida de Danica Patrick da pista de Indianápolis, ela foi mais uma
que abandonou.
Diversos
pilotos identificaram que o pacote aerodinâmico padronizado talvez não seja
adequado para circuitos ovais. Caracterizado pela asa traseira de dimensões
reduzidas, não apresenta o “downforce” necessário e facilita a perda de
controle do carro ao menor descuido, o que em ovais significa bater. Esta teria
sido a causa do abandono de Kanaan e Castroneves na prova.
Ian Hutchinson na Ilha de Man |
Isle of Man
Começou
no último sábado a programação oficial deste ano do Isle of Man TT, a mais
emblemática prova de motociclismo mundial realizada durante duas semanas na
Ilha de Man, uma dependência da Coroa do Reino Unido no mar da Irlanda. Em 2017
mais de 45.000 entusiastas de todo o mundo convergiram para ilha para assistir
à competição, escolhendo um local acompanhar a passagem das motos ao longo dos
60,725km do traçado.
Os
espectadores no ano passado testemunharam a intensa rivalidade entre dois dos
pilotos mais bem-sucedidos da história do Road Racing, o britânico Ian
Hutchinson e irlandês Michael Dunlop. Huntchinson já é o quarto maior vencedor
da pista com 16 vitórias, Dunlop acumula 15 e está contando com os resultados
deste ano para igualar ou ultrapassar o rival. O britânico tem 38 anos de
idade, um a menos que o ídolo da MotoGP Valentino Rossi, e ainda participa de
competições de alto nível.
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