Todos
os filmes têm seus personagens principais, os atores em torno dos quais a principal
trama do roteiro é desenvolvida. Entretanto, para a história ficar menos árida
e mais verossímil, o diretor dilui as atenções com histórias paralelas montando
cenários com vários atores coadjuvantes, que contribuem para o desenrolar da história
principal.
Uma
prova da MotoGP é semelhante, as atenções naturalmente ficam concentradas nas
principais equipes, as que dispõem de maior orçamento, e nos pilotos que
disputam a liderança. Entretanto, um GP não despertaria interesse se fosse
disputado apenas por quatro ou cinco participantes. Em anos recentes a
organizadora do mundial utilizou subterfúgios como as classes Open e CRT, com
custos reduzidos, para incluir mais equipamentos no grid. A obrigatoriedade do
uso da eletrônica padronizada e outras medidas endereçaram custos menores e
maior competitividade, criando um produto mais emocionante para espectadores e mais
atrativo para a TV.
A
competição hoje inclui 6 marcas, quatro com grandes orçamentos e possibilidades
reais de vitórias e duas, por enquanto, coadjuvantes. O início da temporada do
Catar foi promissor, as três primeiras colocações foram obtidas por três equipamentos
diferentes, Ducati Honda & Yamaha, separados por menos de 1 segundo. A
Suzuki estava apresentando um bom desempenho e foi penalizada por uma queda de
Alex Rins.
Dois
fabricantes ficaram aquém das expectativas, KTM e Aprilia.
O
novo motor da RS-GP da Aprilia mostrou um bom desenvolvimento na geração de
potência, mas apresentou um defeito grave, em uma pista que não é muito exigente
em relação ao consumo de combustível, Aleix Espargaró acabou parando com uma
pane seca. O piloto italiano ficou surpreso porque sua estratégia era
economizar nas primeiras voltas para ter reservas para poder gastar no final da
prova, entretanto o seu alarme de consumo excessivo sinalizou já na terceira
volta. Espargaró e Scott Redding compartilharam o sentimento de que a aderência
traseira é deficiente. Espargaró penou nas primeiras voltas, Redding só identificou
alguma melhora nas voltas finais, quando já não tinha mais o que fazer.
A
etapa do Catar foi ainda pior para a KTM. O início da fábrica austríaca em 2017
foi claudicante, mas a partir da etapa da Holanda a equipe brigou por uma
classificação entre os “top ten”, sugerindo a possibilidade de almejar nesta temporada
uma colocação entre os cinco primeiros. Em Losail a RC16 esteva em dificuldades
para marcar pontos. Pol Espargaró, o melhor dos dois pilotos KTM, apesar de
descontado por lesão nas costas resultado de um acidente nos testes em Sepang,
ele estava envolvido em uma disputa pela 15ª colocação quando foi abatido por
um problema de eletrônica. Seu companheiro de equipe Bradley Smith terminou na
20ª colocação, 37,64 segundos atrás do vencedor.
O
grande problema é que obter bons resultados é vital para a KTM, especialmente
em uma época onde está os pilotos estão considerando suas opções para o próximo
ano. Em tese a KTM devia estar no topo da lista para os que buscam um lugar ao
sol no ultra disputado mercado de pilotos. Maus resultados como este bem podem dissuadir
exatamente o tipo de piloto que eles precisam atrair.
A
rádio paddock está fervilhando nesta época. Johann Zarco já explicitou que quer
ser um piloto de fábrica e é considerado um forte candidato para a KTM, mas
esbarra em uma exigência do francês que quer uma equipe de fábrica onde possa
ser competitivo e lutar pelo título. Comenta-se que a Repsol Honda teria
mostrado interesse em Zarco e, se isso for verdade, a KTM tem que ser muito
melhor para atrair o francês.
O
nome de Johann Zarco não é o único que está sendo comentado à boca pequena. Comenta-se
que Andrea Dovizioso analisa propostas da Repsol Honda, fato que muitos
interpretam como um fake criado por seus negociadores para melhorar a sua
posição de na mesa de negociações com a Ducati. O até então fracasso de Jorge
Lorenzo também é explorado com diversas possibilidades. Alguns vão mais longe,
imaginam que a carreira de Dani Pedrosa na Honda esteja nos estertores, não
faltam candidatos para a sua vaga.
Em
termos de negociação entre equipes, a única certeza é que a Tech3 abandona a
Yamaha para adotar a KTM. Até poucas semanas atrás era considerado seguro que a
Marc VDS, desgostosa com a decisão da HRC em privilegiar a satélite LCRL, estaria
fechando com a Yamaha, agora já se comenta que há negociações também com a
Suzuki.
A
tabela abaixo descreve a posição atual dos contratos entre pilotos e equipes. O
piloto Francesco Bagnaia embora já com contrato assinado com a Pramac Ducati
para o biênio 2019/2020 disputa a Moto2 nesta temporada:
Equipe | Piloto | Contrato até Temporada |
Repsol Honda | Marc Márquez | 2020 |
Dani Pedrosa | 2018 | |
Movistar Yamaha | Maverick Vinales | 2020 |
Valentino Rossi | 2020 | |
Ducati Corse | Jorge Lorenzo | 2018 |
Andrea Dovizioso | 2018 | |
Suzuki | Andrea Iannone | 2018 |
Alex Rins | 2018 | |
KTM | Bradley Smith | 2018 |
Pol Espargaró | 2018 | |
Aprilia Gresini | Aleix Espargaro | 2018 |
Scott Redding | 2018 | |
Yamaha Tech3 | Johann Zarco | 2018 |
Hafizh Syahrin | 2018 | |
LCR Honda | Cal Crutchlow | 2019 (Contrato HRC) |
Takaaki Nakagami | 2018 (Contrato HRC) | |
Marc VDS Honda | Franco Morbidelli | 2018 [Opção 2020] |
Thomas Luthi | 2018 | |
Pramac Ducati | Danilo Petrucci | 2018 (Contrato Ducati) |
Jack Miller | 2018 (Contrato Ducati) | |
Francesco Bagnaia | 2019/2020 (Contrato Ducati) | |
Avintia Ducati | Xavier Simeon | 2019 |
Tito Rabat | 2018 | |
Aspar Ducati | Alvaro Bautista | 2018 |
Karel Abraham | 2018 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário