quarta-feira, 21 de março de 2018

MotoGP – Hermanos, Início de Temporada e Rio Hondo







Brasileiros & Argentinos


Como bom tupiniquim detesto admitir, mas em se tratando do mundial de motovelocidade da Federação Internacional de Motociclismo, os “hermanos” argentinos estão em vantagem. A primeira prova válida pelo mundial realizada fora da Europa aconteceu no circuito Juan & Oscar Gálvez, próximo a Buenos Aires, em 1961. O Brasil hospedou a sua primeira disputa 26 anos depois, no autódromo de Goiânia. Três pilotos argentinos estão listados na relação dos vencedores dos 3.045 GPs oficiais realizados desde 1949, somando 9 vitórias nas categorias 500cc e 250cc. Só dois brasileiros figuram nesta lista, totalizando 8 primeiras posições, 1 com Adu Celso (350cc) e 7 com Alex Barros (500cc & MotoGP). Nos anos de 1961 e 1962 o GP da Argentina coroou na principal categoria, 500cc, Jorge Kissling e Benedicto Caldarella respectivamente, dois pilotos argentinos. Nos GPs disputados em território nacional – Goiânia, São Paulo e Rio - nunca houve a possibilidade de comemorar a vitória de um piloto brasileiro. Este ano um argentino e um brasileiro disputam as categorias de acesso à MotoGP, o argentino Gabriel Rodrigo disputa a Moto3 (5° lugar no Catar) e o brasileiro Eric Granado está inscrito na moto2 (30° em Losail).



Início de Temporada


Uma análise mais abrangente da primeira prova da temporada em Losail indica que os resultados estiveram de certa forma alinhados com os obtidos nos testes de pré-temporada. Os protótipos da Ducati e Honda estão em um nível técnico muito semelhante, portanto o traçado e topologia dos circuitos deve desempenhar um papel relevante na atual temporada. Na próxima etapa em Rio Hondo o desempenho das motos deve ser equivalente, as Honda em tese terão mais facilidades em Austin (Circuito da Américas) e a primeira prova da temporada europeia em Jerez.

A divulgação dos tempos por volta de todos os pilotos na prova de Losail evidencia que Johann Zarco, da Yamaha Tech3, liderou as 17 primeiras voltas e não reduziu o seu ritmo, os demais pilotos que se mantinham próximos aceleraram mais no último terço da prova. Enquanto Zarco manteve seus tempos consistentes por volta de 1,56s, Dovizioso, Márquez e Rossi andaram 6 a 7 décimos mais rápidos.





Rio Hondo

O próximo GP está programado para 08 de abril no circuito Termas do Rio Hondo, um balneário termal situado na província de Santiago del Estero, Argentina. A MotoGP repete pelo quinto ano consecutivo a sua visita anual à America do Sul, depois de ficar ausente por dez anos, desde o último GP Brasil no Autódromo Nélson Piquet em 2004. A história da associação da MotoGP com Rio Hondo está em processo de construção.

Em 2014, quando o circuito foi integrado ao calendário da MotoGP, a Honda iniciou a temporada com um equipamento muito superior aos demais, Marc Márquez venceu os 10 primeiros GPs da temporada, no resumo final do ano as motos Honda venceram 14 etapas, Rossi e Lorenzo com Yamaha dividiram as outras 4.

O GP de 2015 ficou marcado pelo conflito na pista entre Valentino Rossi e Marc Márquez. Em uma disputa pela liderança houve um toque entre a roda traseira do italiano com a roda dianteira do espanhol. Como sempre acontece nestas ocasiões, houve análises controversas. Os oficiais da prova e muitos comentaristas consideraram um incidente normal de corrida, simpatizantes de Rossi culpam a impetuosidade e imprudência de Márquez, alguns críticos principalmente da Espanha entenderam que houve má fé do italiano e citam, como apoio a esta conclusão, um episódio muito semelhante que aconteceu em Laguna Seca em 2008 entre Rossi e Stoner.

Em sua segunda prova como fornecedora exclusiva de pneus para a MotoGP, a Michelin foi traída pelo piso abrasivo da pista de Rio Hondo em 2016. Os pneus originalmente disponibilizados para a prova desgastaram muito rápido nos testes que antecedem ao GP. Como solução emergencial foi necessário a empresa francesa embarcar da fábrica, com urgência, um lote de construção mais robusta e ainda não suficientemente testado. Para o GP não ser cancelado, os organizadores decidiram programar uma seção extra para os pilotos testarem os novos pneus, encurtar o percurso para 20 voltas e exigir uma troca compulsória de equipamentos (flag-to-flag) entre as voltas 9 e 11. Na primeira metade da prova Márquez e Rossi disputaram a liderança em cada metro da pista. Depois da troca de motos, o equipamento de Rossi não apresentou o mesmo rendimento e Márquez venceu com facilidade.

Maverick Vinales foi o nome em evidência no GP de 2017. Depois de liderar com facilidade os testes pré-temporada e vencer o GP de abertura no Catar, Vinales se apresentou como forte candidato ao título ao dominar sem contestação a prova da Argentina. O restante da temporada, entretanto foi uma sequência de horrores para o espanhol.

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