Liderança
na Equipe
Uma
das responsabilidades do gestor de uma equipe da MotoGP é conseguir pilotos
novos para pressionar os mais antigos. Jorge Lorenzo foi contratado pela Yamaha
em 2007 para fazer exatamente o que fez, ganhar experiência para no futuro
substituir Valentino Rossi. O velho campeão venceu ainda em 2008 e 2009, mas um
acidente em 2010 proporcionou a Lorenzo a oportunidade que esperava para ganhar
a confiança e assumir a liderança na equipe. Valentino perdeu a primazia na
Yamaha, fracassou na Ducati (2011/2012) e de volta à antiga equipe nos anos
seguintes não conseguiu se impor ao espanhol, com o agravante de ainda
enfrentar a concorrência de Marc Márquez, do novo prodígio da Honda. A
convivência entre Lorenzo e Rossi deteriorou com a disputa vencida pelo espanhol
em 2015 e o ambiente nos boxes da Yamaha ficou insuportável em 2016, culminando
com a substituição de Lorenzo por Vinales para este ano.
Falando
esta semana (27/09) para a Gazzetta dello Sport, o principal jornal
desportivo da Itália, o dirigente da Yamaha Massimo
Meregalli reconheceu que, embora Rossi ainda tenha uma remota chance
matemática, Maverick Vinales é a melhor aposta da fábrica para a disputa do
título mundial. O dirigente italiano garantiu que Rossi não será instruído a
facilitar para Vinales, mas admitiu a possibilidade pedir que Valentino não
seja tão combativo ao lutar por uma posição com o colega de equipe. Lembrou que
em Aragon Vinales enfrentou muita dificuldade para ultrapassar o companheiro,
quando conseguiu abriu muito até o final da prova, infelizmente muito tarde
para batalhar com Lorenzo por um lugar no pódio.
Valentino subindo na moto apoiando o peso na perna direita |
Alguns
representantes da mídia especializada enumeraram alguns fatos não bem
explicados em relação a recuperação meteórica da lesão que Valentino Rossi
teria sofrido. Não há uma dimensão real da extensão do dano, se é que houve
algum. O acidente aconteceu em um local ermo e testemunhado apenas por amigos
próximos. Não se sabe como ele foi transportado para o atendimento em um
hospital. Há notícias que houve uma cirurgia bem-sucedida, mas onde estão os
Raios-X com as placas e pinos? A única certeza é que o piloto perdeu a prova de
Misano, todo o resto é obscuro e Rossi é conhecido por ser especialista em
manipular a mídia com jogos mentais.
Existem
registros que depois da avaliação médica realizada em Motorland ele saiu do
Centro Médico utilizando uma muleta no lado esquerdo. É cientificamente
impossível reduzir o peso ou provocar qualquer outro benefício na sua perna
direita quebrada com este tipo de apoio. No dia da prova, ao montar em sua
máquina antes de rumar para o grid, ele fez isso pelo lado direito do
equipamento. Apoiou todos os seus 70-80kg de peso sobre a perna direita e girou
toda esta massa sobre seus ossos fraturados para jogar a perna esquerda sobre a
moto. Doses maciças de analgésicos podem justificar este procedimento, mas com
certeza o instinto natural seria subir pelo outro lado para poupar o membro
machucado. A pista de Aragon é no sentido anti-horário, ou seja, privilegia
curvas para a esquerda que, por consequência, exigem maior apoio da perna
direita para mudar a posição do corpo sobre a moto, Valentino não demonstrou
dificuldades de movimentação em nenhum momento. Na prova ele também usou sem
problemas o membro sinistrado como freio aerodinâmico nas aproximações das
curvas. Quando desceu da máquina já no box no final da prova, de novo apoiou
todo o corpo na perna direita.
Tudo
indica que, se houve um sinistro, o dano foi muito menor do que a assessoria de
imprensa de Valentino divulgou. Todas as notícias do acidente e acompanhamento
da recuperação foram anunciadas pelo staff do piloto, nenhuma evidência real
foi divulgada. Ninguém está duvidando ou menosprezando a proeza do piloto de 38
anos, apenas há uma possibilidade que talvez a magnitude de seu feito tenha
sido exagerada. Muitos dos profissionais da imprensa que acompanham a MotoGP
estão céticos quanto a extensão da lesão sofrida por Rossi.
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