Vista Panorâmica do Circuito dos Cristais - Curvelo (MG) |
Hospedar uma etapa do Mundial da MotoGP é uma tarefa complexa, os custos
envolvidos são astronômicos, as exigências para condições de segurança das
pistas e em infraestrutura são draconianas e a concorrência é acirrada. O
mundial tem um número limitado de provas, 18, e possibilidade de expandir para
um máximo de 20. A MotoGP é um produto rentável, seus organizadores conseguiram
um raro equilíbrio entre disputa esportiva e espetáculo.
O regulamento da competição é consistente e endereça todas as partes
envolvidas no processo, a Federação Internacional de Motociclismo (FIM),
entidade criada em 1904 é a
organizadora do campeonato em conjunto com Dorna Sports, desde 1988 proprietária
dos direitos comerciais relacionados com o mundial, International Road Racing
Teram Association (IRTA) que congrega todas as equipes, fornecedores e
patrocinadores e os construtores reunidos na Motorcycle Sports Manufacturers
Association (MSMA).
A ideia original de campeonatos mundiais era estimular o desenvolvimento
de soluções tecnológicas pudessem ser portadas para motos comerciais,
entretanto as condições desiguais de poder econômico desvirtuaram a competição,
fabricantes com orçamentos mais robustos monopolizavam os bons resultados. As
quatro entidades então decidiram orientar seus esforços para equalizar as
disputas e priorizar o espetáculo.
A Dorna, entidade responsável pelos aspectos comerciais da MotoGP,
seleciona as sedes com infraestrutura adequada para fazer parte do calendário
anual da competição, especificam a taxa de hospedagem e retém os valores
cobrados pelos direitos de transmissão pela televisão. As entidades
proprietárias dos circuitos realizam lucros financeiros (se houverem) através
da venda de “Naming Rights”, espaços para veiculação de publicidade,
patrocínios, licenças para comercialização no local, renda da bilheteria e
subsídios em função dos lucros intangíveis para a localidade como maior
movimento do comércio local, incremento do turismo e ocupação de rede
hoteleira.
Estes prolegômenos são necessários para avaliar a
importância dos números abaixo, baseados em dados oficiais fornecidos pela
Dorna. Um total de 2.676.632 ingressos foram adquiridos para assistir
as dezoito etapas da temporada de 2016, praticamente repetindo os números da
temporada de 2015 (2.717.314).
Números Significativos:
· A corrida com menor
número de espectadores em 2016 foi a etapa noturna do Catar,
24.866 ao longo dos três dias. Considerando que as despesas de hospedagem da
prova foram em torno de US$ 12 milhões, o custo por espectador presente no
circuito de Losail pode ser calculado em pouco mais de US$ 400, com certeza
altamente subsidiado pelo emirado árabe;
· O menor custo unitário por espectador foi o do GP
de Mugello, os US$ 6 milhões divididos entre o público presente, 152.443
pessoas, resultaram em pouco menos de US$ 40.00;
·
Três GPs
(Valência, Alemanha e Áustria) contabilizaram mais de 200 mil espectadores em
2016;
·
Em quatro
circuitos (Brno, Phillip Island, Jerez e Valência) o público de 2016 foi menor
que em 2015, destaque para o GP de Jerez, que contabilizou menos da metade dos
espectadores;
· O GP com o maior número de espectadores em 2016 foi
realizado no circuito Red Bull Ring, na Áustria, com a presença de um número impressionante 215.850 pessoas ao longo
dos três dias;
·
O recorde
absoluto de público em uma competição da MotoGP foi alcançado na terceira prova
do campeonato de 2009, em Jerez de la Frontera, nos três dias da competição o
circuito recebeu 263.648 pessoas;
· O GP Brasil
esteve presente no calendário da MotoGP nas temporadas de 1987 a 1989 em
Goiânia, 1992 em São Paulo e entre 1995 e 2004 (com exceção de 1998) no
Rio de Janeiro. Nos nove anos em que a prova foi disputada no autódromo Nelson
Piquet público médio foi de 52 mil pessoas, o maior número de ingressos
vendidos foi alcançado em 2004, 73.582
unidades.
Números de espectadores
presentes aos circuitos nos Mundial de 2016 & 2015 - Resumo
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