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Senna & Hill - Rio 1993 |
Tanto quanto o piloto, a
chuva foi protagonista na segunda e última vitória de Ayrton Senna em
Interlagos, no GP do Brasil de 1993. As Williams de Alain Prost e Damon Hill
dominaram os treinos, a pole do francês foi quase dois segundos mais rápida que
o tempo do brasileiro. Durante a prova, na volta 24, Senna foi penalizado com
um “Stop and Go” de dez segundos por manobra arriscada em uma ultrapassagem
sobre Érik Comas e caiu para a quarta colocação. O domínio das Williams Renault
mudou radicalmente quando começou a chover na volta 27, duas voltas depois Christian
Fittipaldi rodou com sua Minardi em plena reta, Prost que vinha em seguida e
ainda não havia trocado para pneus de chuva, também perdeu o controle e acabou
fora da pista. Damon Hill herdou a primeira colocação e, mesmo com um carro
melhor, foi alcançado e ultrapassado por Senna na subida do Laranjinha. Foi uma
jornada épica de Ayrton Senna, e comprova a assertiva que, em condições
adversas, o talento do piloto compensa as vantagens técnicas dos concorrentes.
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Schumacher & Alesi - Barcelona 1996 |
Poucos entenderam as
razões de Michael Schumacher ao trocar a Benneton pela Ferrari no final de 1995.
Em 1996 o então bicampeão da Fórmula 1 não pontuou em três das seis primeiras
corridas, Damon Hill e Jacques Villeneuve dominavam a temporada com os Williams
Renault, os melhores carros nas pistas, os F310 da Ferrari - jocosamente
chamados de “banheirão” – em condições normais não eram páreo para os FW18 da
equipe britânica. O GP da Espanha em Barcelona, sétima corrida da temporada, foi
realizado com a pista em péssimas condições. O clima chuvoso nivelou os carros
e o talento do alemão fez a diferença. Depois de uma largada complicada, beneficiado
por diversas saídas de pista de vários pilotos, Schumacher assumiu a ponta na
décima terceira volta e abriu 45 segundos em relação ao Benetton de Jean Alesi,
que terminou em segundo. Foi a primeira de uma longa série de vitórias de
Schumacher pela equipe do Cavalinho Rampante.
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GP Grã-Bretanha 1975 |
A chuva também foi
responsável por um dos GPs mais caóticos da história, em 1975 na pista de
Silverstone, prova que ficou marcada pela última vitória de Emerson Fittipaldi na
F1. O resultado só foi homologado duas horas depois do encerramento e registrou
em uma dobradinha brasileira, Fittipaldi em primeiro e José Carlos Pace em
segundo lugar. Toda a confusão ocorreu pela inconstância do clima, houve uma
pancada d’água de curta duração na volta 19, como na época a troca de pneus
demorava mais de dois minutos, Emerson decidiu ficar na pista abrindo uma
grande vantagem. Na volta 55 a chuva voltou mais intensa, o piso ficou
impraticável e as áreas de escape foram transformadas em estacionamento
compulsório dos carros que não paravam na pista. Emerson estava nos boxes
trocando pneus quando a prova foi encerrada, ele não recebeu a bandeirada
final. Depois de muita discussão e informações desencontradas, a colocação da
volta 56 foi considerada como resultado final. O registro oficial confirma o
caos estabelecido, Emerson com 56 voltas em 1 hora, 22 minutos e 5 segundos, os
quatro seguintes, José Carlos Pace, Jody Scheckter, James Hunt, Troy Donahue
tem a palavra “acidente” no lugar do tempo de prova e o sexto colocado,
Vittorio Brambilla, uma volta a mais. Quando a corrida foi interrompida,
Emerson estava nos boxes e só havia cinco carros circulando pela pista.
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Estoril 1985 |
Nuvens negras não foram
suficientes para obscurecer a estrela de Ayrton Senna no início de sua carreira
na F1. Sua primeira vitória, que poderia ter sido com um Toleman no GP de Mônaco
em 1984, aconteceu com um Lotus no circuito do Estoril no ano seguinte. A conquista
da pole para a largada da prova foi realizada com pista seca, a equipe Lotus utilizava
um carro especial só para a classificação, construído no limite do regulamento,
procedimento permitido na época. Chovia no dia da prova, Senna, abriu 30
segundos de vantagem sobre os outros carros nas primeiras 20 voltas. Quando
recebeu a bandeirada final estava mais de um minuto na frente do segundo colocado,
a Ferrari de Michele Alboreto, e uma ou mais voltas na frente de todos os
demais. O desempenho do brasileiro na corrida de Portugal alterou o
comportamento das tradicionais casas de jogos de Londres, sempre que a previsão
para a disputa de um GP era chuva, apostas em Senna não eram aceitas.
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Donington Park 1993 |
A temporada de 1993 foi
complicada para a McLaren, o motor Ford, que substituiu o Honda, não tinha
desempenho suficiente para acompanhar os Renault da Williams. Nestas condições só
um fator externo poderia equilibrar a disputa, e foi o que aconteceu no GP da
Europa, a única corrida da história da F1 disputada no circuito de Donington
Park. Ayrton Senna conseguiu a quarta colocação no grid e a largada foi
autorizada com chuva. O que se viu a seguir é classificado pelos especialistas
em automobilismo como “A melhor primeira volta da história da F1”, Senna contornou
a primeira curva em quinto lugar e, sucessivamente, ultrapassou o Benetton de
Michael Schumacher, o Sauber de Karl Wendlinger e os Williams de Alain Prost e
Damon Hill, assumindo a liderança antes de completar a primeira volta. No final
da corrida, Senna cruzou a linha de chegada 1 min e 20 seg à frente de Damon
Hill, todos os outros ficaram uma ou mais voltas atrás.
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Adelaide 1991 |
O recorde de GP mais
curto da F1 pertence ao Grande Prêmio da Austrália, encerramento da temporada
de 1991 no circuito de rua de Adelaide. O título de campeão da temporada estava
definido desde o “acidente” de Senna com Prost na prova anterior no Japão. O
piloto francês fez pesadas críticas à equipe Ferrari e não foi autorizado a
competir. Circuito de rua significa drenagem limitada e quase ausência de áreas
de escape, a chuva torrencial acumulou água na pista e fez diversos carros
rodarem em plena reta nas primeiras voltas. Na prova, cuja largada nunca devia
ter sido autorizada, a falta de visibilidade provocou um acidente entre Schumacher
e Jean Alesi na volta 5, tirando os dois da corrida. Em seguida o Benetton de Nélson
Piquet aquaplanou e girou 360 graus, o piloto com extrema perícia controlou o
carro e conseguiu voltar para a pista sem perder seu quarto lugar. A prova foi
interrompida na volta 16, depois de Nigel Mansell, Gerhard Berger e Nelson
Piquet, respectivamente segundo, terceiro e quarta colocados, perderem o
controle de seus carros no piso alagado. A bandeira vermelha foi acionada e,
posteriormente, a prova encerrada com a classificação retroagindo a volta 14 (de
um total previsto de 81), a vitória ficou com Ayrton Senna, um dos poucos que
conseguiram permanecer no circuito. Nigel Mansell não participou da cerimônia
de premiação, estava sendo atendido em um hospital devido ao seu acidente na
prova.
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Canadá 2011 |
Jenson Button
protagonizou em Montreal, no GP do Canadá de 2011, uma proeza difícil de ser
igualada. A largada foi com realizada com os carros em movimento (Safety Car) e
logo que a corrida foi liberada, Button colidiu com o companheiro da equipe
McLaren, Lewis Hamilton, provocando nova entrada do carro de segurança. Logo
depois, devido à chuva intensa, a prova foi suspensa. Após quase duas horas de espera, a corrida
recomeçou e Button enroscou-se com Fernando Alonzo, o espanhol ficou fora e o
britânico caiu para o último lugar. Com uma recuperação fantástica, Button escalou
posições, encostou nos líderes e ultrapassou o terceiro colocado Michael
Schumacher e o segundo Mark Webber faltando poucas voltas para o final. Na
última volta o líder Sebastian Vettel cometeu um erro e Button assumiu a ponta.
Uma vitória impressionante em um GP inesquecível.
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Sepang 2009 |
O GP da Malásia está no
calendário a quase duas décadas e o circuito de Sepang já hospedou sua cota de
“Wet Races”. Em 2009 as condições do clima retardaram a largada para as 17:00hs
(horário local), um risco assumido pela direção de prova que excluía qualquer
tipo de contratempo, caso contrário a prova não teria condições de ser concluída
por falta de luz natural. Infelizmente aconteceu, caiu um temporal sobre o
circuito e o diretor acionou a bandeira vermelha (interrupção) na volta 33. A
chuva não cedeu, a corrida não foi reiniciada e Jason Button foi proclamado
vencedor. A mudança do horário de início prejudicou as grades de programação
das emissoras de TV e causou múltiplos transtornos para os organizadores.
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Fuji 2007 |
Uma esperteza custou
caro para a Ferrari no GP do Japão em 2007. Seus dois pilotos, Felipe Massa e
Kimi Raikkonen, ainda tinham condições de conquistar o mundial de pilotos. Após
a largada em movimento com o carro de segurança na pista, os carros da equipe
italiana foram obrigados a um pit stop para trocarem de pneus, o regulamento
exige componentes para chuva extrema nestas ocasiões e a equipe decidiu
utilizar compostos intermediários. Ainda durante a corrida Mark Webber da Red
Bull sentiu um desconforto estomacal, reduziu muito a velocidade e acabou sendo
abalroado por seu colega de equipe Sebastian Vettel, eliminando ambos da competição.
Depois de uma prova repleta de incidentes, o piloto mais bem comportado na
pista, Lewis Hamilton, venceu, o Renault de Heikki Kovalainen ficou com o
segundo lugar e um surpreendente Kimi Raikkonen em terceiro.
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Mônaco 1982 |
Corridas de rua com
chuva são sempre um problema, se for em Mônaco é ainda mais complicado. Em 1982
um único carro recebeu a bandeirada final. Começou a chover no circuito nas
voltas finais da prova e, faltando 3 voltas, o líder Alain Prost perdeu o controle
e bateu em um guard rail. Ricardo Patrese, que vinha a seguir, rodou na volta
seguinte, na sequência Pironi sofreu pane seca e Andrea de Cesaris também parou
por falta de combustível. A última volta foi aberta por Derek Daly que
apresentou problemas com o câmbio e também foi obrigado a parar. Arrastando-se
pela pista, com a suspensão avariada, Ricardo Patrese foi o único a receber a
bandeirada final e, como não havia mais pilotos com condições na pista, Pironi
e De Cesaris completaram o pódio.
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Spa-Francorchamps 1998 |
A equipe Jordan conseguiu
apenas quatro vitórias na Fórmula 1, três em condições adversas de clima, a
mais emblemática na Bélgica no circuito de Spa-Francorchamps em 1998. A largada
foi autorizada com uma chuva fina, não houve problemas no grampo (La Source),
porém na descida para a Eau Rouge o spray levantado pelos carros não permitiu
visualizar direito o que aconteceu, David Coulthard foi tocado por trás, atravessou-se
na pista e provocou um dos maiores acidentes já ocorridos na F1, envolvendo,
além do escocês, treze outros pilotos, incluindo os brasileiros Rubens
Barrichello, Pedro Paulo Diniz e Ricardo Rosset. A prova foi interrompida para
remoção dos carros acidentados e detritos espalhados na pista. Na relargada, Barrichello,
Rosset e outros dois pilotos não estiveram no grid por falta de carro-reserva, todos
foram mais cuidadosos, ainda assim um toque de Johnny Herbert tirou da prova o
finlandês Hakkinen, que liderava o mundial de pilotos. Na volta 25 Schumacher aquaplanou
ao sair do trilho para colocar uma volta sobre a McLaren de David Coulthard,
bateu e quebrou a suspensão ficando com apenas três rodas. O incidente provocou
revolta no alemão, que interpretou o ocorrido como um trabalho de equipe para
prejudicar sua disputa com Hakkinen. Muito tempo depois, em 2003, o escocês
reconheceu que poderia, se quisesse, ter facilitado a ultrapassagem. No final
da prova os dois carros da Jordan lideravam em uma dobradinha inesperada, Ralf
Schumacher ainda tentou sem sucesso ultrapassar o companheiro de equipe, porém a
vitória ficou com Damon Hill.
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Niki Lauda |
Poucos reconheceram no
Niki Lauda das entrevistas, enquanto a prova de Interlagos deste ano esteve
suspensa, o mesmo piloto que entregou o campeonato de 1976 para James Hunt ao
abandonar o GP do Japão por falta de condições mínimas de segurança (Fittipaldi
na mesma prova também abandonou pelo mesmo motivo). Agora dirigente, Lauda mostrou-se
preocupado com os horários de transmissões de TV, com o respeito ao público
pagante e com uma possível decisão do mundial de pilotos. Os valores mudam
quando se arrisca a integridade de outros.