GP19 de Michelle Pirro em Mugello
Gigi Dall’Igna aprontou de novo. Em
termos de aerodinâmica nos protótipos da MotoGP o administrador da Ducati já
havia criado uma celeuma com o “sistema de refrigeração da roda traseira” no
Catar, agora na primeira sessão de treinos em Mugello o equipamento do piloto
convidado (“Wild Card”) Michelle
Pirro apareceu com uma cobertura parcial da roda traseira fixada na balança
oscilante. Ainda é prematuro julgar se a novidade está respaldada ou não nos
regulamentos, mas com toda a certeza deve contribuir para aumentar o desempenho
do equipamento.
A Ducati já utiliza uma proteção no
pneu dianteiro, agora que despertou a curiosidade de todos com um dispositivo
semelhante na roda motriz, aparentemente feito de carbono e com uma variedade
de tamanhos.
Estranho, se a versão da Ducati que a
“colher” era utilizada apenas para canalizar ar frio para baixar a temperatura
do pneu traseiro, sem produzir downforce,
então porque criar um pacote completo incluindo uma capa parcial para a roda?
Uma realidade já conhecida da
indústria de bicicletas é que existem diversos conceitos de rodas dependendo da
utilização do veículo. Um modelo desenvolvido exclusivamente para competições
em velódromos fechados utiliza uma ampla cobertura nas rodas para reduzir o
arrasto, ser mais estável e resultar em maior velocidade.
Os adeptos das teorias de conspiração
desconfiam que a Ducati esconda algum dispositivo ilegal atrás da capa, mas é
praticamente impossível que isto aconteça.
Tudo indica que as peças têm funções
aerodinâmicas para ordenar melhor o fluxo de ar sob o motor, é difícil
responder ser vai resultar em algum ganho ou ter alguma influência no
desempenho geral. Parece óbvio que o acessório foi desenvolvido com uma
ferramenta de Dinâmica dos fluidos computacional (CFD) ou, melhor ainda,
em um túnel de vento.
Roda traseira da GP19 de Michelle Pirro nos testes
em Mugello
A única certeza que existe é que a
caixa de Pandora está definitivamente aberta. A decisão esdrúxula do tribunal
de apelação na Suíça de julgar a legalidade de uma peça em função da descrição
fornecida pelo fabricante e não da sua funcionalidade, criou espaço para as
explicações mais absurdas possíveis. O “similar” da Honda à colher da Ducati
foi licenciado como um dispositivo para enrijecer o braço oscilante. Mais fábricas
devem investir no desenvolvimento de aerodinâmica para tornar seus produtos
competitivos, com custos crescentes. Obrigatoriamente as empresas com mais
recursos devem ser beneficiadas, que contraria frontalmente os conceitos da
Dorna sobre a MotoGP.
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