quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

MotoGP - Ano Novo, Regras Novas



Marc Márquez - GP França 2016
A Federation Internationale de Motocyclisme (FIM) divulgou a versão final do regulamento válido para a temporada de MotoGP em 2017. Sem surpresas, todas as alterações em relação à temporada de 2016 já haviam sido anunciadas, houve apenas um cuidado maior nos detalhamentos, principalmente em relação à aerodinâmica.
O regulamento inclui limitações relacionadas com a largura máxima (300 mm) e ao comprimento (370 mm) do para-brisas, especifica que o limite da carroçaria pode avançar até 150 mm à frente do eixo da roda dianteira e que a largura máxima permanece 600 mm. Foi incluída uma nova seção com explicações detalhadas sobre carenagens e restrições em relação as atualizações permitidas durante a temporada. A seção foi chamada de “MotoGP Aero Body Homologation” e define os dois elementos endereçados por esta regra, a carenagem e o para-lama frontal. As regras só se aplicam à forma externa, não incluem para-brisas, condutos de refrigeração, suportes de carenagem ou quaisquer outras peças dentro da carroceria.
A seção, de forma simplificada, define que:
-    Amostras ou desenhos detalhados dos componentes do Aero Body (carenagem e para-lamas) devem ser entregues ao Diretor Técnico e homologados antes do primeiro evento da temporada;
-  A homologação é por piloto (pilotos de um mesmo fabricante podem utilizar projetos de carenagem distintos);
-    Uma atualização para a carenagem e uma atualização para o para-lama é permitida durante a temporada, para cada piloto. As amostras ou projetos devem ser homologados pelo Diretor Técnico antes da atualização ser utilizada nas pistas. A atualização pode consistir de um componente previamente homologado pelo mesmo fabricante, de modo que uma equipe satélite possa utilizar uma carenagem desenvolvida para a equipe da fábrica. A carenagem atualizada e o para-lamas original podem ser utilizados pelo piloto durante a temporada. As peças não podem ser trocadas entre as versões atualizada e original, entretanto a carenagem original pode ser utilizada com o para-lama antigo e vice-versa;
-   Algumas partes de componentes homologados que não podem ser montadas no corpo da moto são permitidas (por exemplo, protetores de mãos utilizados em condições de chuva);
-   Uma carenagem homologada pode ter material removido (aparar, lixar, perfurar, crias fendas), porém nenhuma adição é permitida;
-   Como isenção exclusiva para o primeiro ano do regulamento do Aero Body, uma carenagem de 2016 pode ser homologada para uso na temporada 2017. Um piloto pode começar a temporada de 2017 com a carenagem de 2016 e dispor de uma atualização. Quando um piloto recebe uma atualização, o componente 2016 ou 2017 inicial deve ser removido;
-   Os fabricantes em sua primeira temporada de MotoGP (KTM) têm permissão para fazer um número ilimitado de atualizações do Aero Body.
Algumas das carenagens que foram apresentadas em lançamentos já realizados ou futuros das equipes, e até mesmo utilizados nos testes pré-temporada, podem não ser a versão final. É provável que as equipes mantenham seus projetos definitivos de carenagem em segredo até o último momento, porque apenas uma atualização pode ser feita por seus principais rivais depois do início da temporada.

Eletrônica Padronizada
Todos os fabricantes da MotoGP devem concordar de forma unânime na introdução de futuras alterações no software (Em 2016 só Honda, Yamaha e Ducati tinham poder de propor ou vetar alguma modificação).
O regulamento deste ano contém um aviso explícito que "Não é permitido anular uma estratégia do software oficial da ECU da MotoGP, independente de poder ser realizado sem alterar as saídas da ECU para os atuadores”.
Os parâmetros de calibração (mapas) devem “permanecer fixos enquanto a máquina estiver funcionando na pista” e somente podem ser alterados quando a moto estiver estacionada nos boxes, pit lane, grid de largada ou paddock. É permitido alternar entre diferentes conjuntos fixos de parâmetros enquanto a máquina está em movimento (comutação de mapas), exclusivamente por comandos manuais do piloto.

Trocas de motos durante a prova
Limitado o auxílio a quatro integrantes da equipe por piloto. Os quatro funcionários encarregados desta tarefa devem estar identificados e com uso obrigatório de capacete.
É expressamente proibido que a moto a ser utilizada esteja com uma marcha engatada. Esta atribuição (engatar marchas) é exclusiva do piloto, porém é permitido que um mecânico mantenha a alavanca de embreagem acionada (este tem sido o procedimento da Honda para agilizar as trocas de equipamentos realizadas por Marc Márquez e foi questionado por algumas equipes na temporada passada). A penalidade por violação a esta regra é a desqualificação.


Moto com peso abaixo do mínimo na aferição final
No GP da França em 2016 Marc Márquez caiu e perdeu parte da carenagem, recuperou a moto, voltou para a prova e classificou-se em 13° lugar, a pesagem final indicou um valor menor que o especificado pelo regulamento. A direção da prova decidiu homologar o resultado na ocasião. O regulamento deste ano inclui uma seção específica para os casos onde o peso final for insuficiente devido a danos causados por acidentes ou problemas técnicos na prova.
-      Se o peso mínimo for inferior ao especificado por perda de fluído, o Diretor Técnico pode aprovar que o fluido seja reabastecido nos níveis declarados pelo fabricante no início da temporada;
-      Se for necessário substituir uma peça danificada para conter o fluido (por exemplo, radiador), isto será permitido somente sob a supervisão do diretor técnico que confirmará que a peça nova é idêntica à parte danificada;
-      Se o peso abaixo do mínimo for devido à perda de material de peças, o Diretor Técnico poderá aprovar a substituição da (s) peça (s). Isto também se aplica a sistemas de escape danificados, que podem exceder os níveis máximos de ruído permitido pelo regulamento.
-      Os pesos de lastro perdidos só poderão ser substituídos se forem encontrados e devolvidos ao Controle Técnico pelos fiscais de pista.

Alguns outros itens foram acrescidos ou alterados:
-     A utilização de scooters é proibida para realizar o reconhecimento da pista antes dos treinos oficiais. Esta tarefa pode ser executada de bicicleta ou a pé;
-      São proibidos testes em um circuito nos 14 dias que precedem um evento;
-    Pneus para testes com pilotos contratados para esta finalidade não são mais contabilizados como parte da limitação do número de unidades disponíveis para as equipes;
-  Obrigatório o uso de sensores de pressão de ar dos pneus (Tyre Air Pressure Sensors - TAPS) para monitorar e registrar pressão e temperatura. É proibida qualquer tecnologia para ajustar a pressão dos pneus durante o percurso;
-      Limitação de disponibilidade de pneus durante os eventos. Pneus slick, 10 unidades do pneu dianteiro sendo até 5 da especificação A, até 5 da especificação B e até 5 da especificação C, 12 unidades do pneu traseiro sendo até 6 da especificação A, até 5 da especificação B, até 4 da especificação C. Os pilotos que participam do Q1 e Q2 terão uma unidade adicional do pneu traseiro com especificação A (maior nível de aderência) após o Q2.
-     A partir da primeira prova de 2018 será obrigatório o uso de um macacão de couro, equipado com Airbag (alguns pilotos já utilizam, outros, como Jorge Lorenzo, entendem que este tipo de proteção não é prático e tolhe a liberdade de movimentos).
Para eliminar qualquer possível dúvida sobre o uso potencial de dispositivos de recuperação de energia (KERS), a MotoGP é definida explicitamente como “um campeonato exclusivo para veículos com duas rodas, impulsionados unicamente por um motor de combustão interna e controlado por um piloto".

Carlos Alberto


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