Valentino Rossi & Márquez - Malásia 2018 |
Durante a conferência de imprensa que precedeu o GP da Malásia Marc Márquez comentou que a temporada ainda não tinha terminado, havia campeonatos importantes ainda em aberto, como os de equipes e construtores. Sabendo da importância destes títulos, principalmente para efeitos comerciais, Márquez conseguiu o melhor tempo no Q2 com mais de meio segundo sobre Johann Zarco, seu mais próximo perseguidor. Por ter atrapalhado uma volta rápida de Andrea Iannone o espanhol foi penalizado em seis posições no grid, três pela infração e mais três por ser reincidente, houve um precedente nesta temporada ocorrido no GP das Américas. A posição de largada na MotoGP não é tão importante quanto em outras competições, sair na frente é bom, porém estar na terceira fila não caracteriza nenhum dano irreparável. Fato significativo foi que a sétima posição de Márquez era a Honda melhor colocada no grid.
Com o céu nublado e a corrida antecipada em duas
horas em função da previsão de chuva intensa, a largada foi autorizada com o
piso seco e muito calor. Zarco, que havia herdado a pole, largou mal e cedeu a
liderança para Valentino Rossi. Logo atrás em disputa por posições, Márquez e
Pedrosa chegaram a se tocar. A agressividade inicial do campeão lembrou o
estilo de um outro piloto, Marco Simoncelli, que em 2011 sofreu um acidente
fatal neste mesmo circuito e sempre foi muito criticado pela imprensa espanhola
por ter um comportamento considerado temerário nas pistas. A primeira grande
emoção aconteceu já na segunda volta, Márquez depois de ultrapassar Iannone em
disputa pela terceira posição perdeu a frente no final da grande reta e
protagonizou mais um de seus já lendários “saves”, o piloto da Suzuki que
estava muito próximo assustou-se, perdeu a referência e acabou caindo.
Faltando 16 voltas Márquez ultrapassou a Yamaha de
Zarco e iniciou a perseguição ao líder Valentino Rossi. Foi impossível no
momento não lembrar o incidente em 2015 que envolveu os dois pilotos nesta
mesma pista e precipitou a perda do título para o italiano. Na sequência
Michele Pirro caiu pilotando a moto que costuma ser de Jorge Lorenzo,
complicando a vida da Ducati no mundial de construtores.
Com sete voltas para o final Márquez abriu a
temporada de caça buscando reduzir a diferença entre os líderes. Três giros
depois, no esforço para manter a ponta, Rossi exagerou e caiu na curva 1. A
telemetria indica que ele estava com um ângulo de inclinação entre 65 e 66
graus quando perdeu a traseira, o normal naquela curva com o pneu em bom estado
seria não mais de 62 graus. Mostrando esportividade e respeito pelo público o
italiano ainda recuperou a moto e voltou para a corrida, porém ficou fora da
zona de pontuação. Com a saída da Yamaha o caminho ficou livre para Marc
Márquez obter a sua nona vitória na temporada.
Sepang também testemunhou a recuperação de Maverick
Vinales, que saiu da 11ª posição com sua Yamaha para o 4º lugar, a eficiência
da Suzuki que conseguiu o segundo degrau do pódio com Alex Rins e a
consistência de Johann Zarco que mais uma vez colocou uma Yamaha 2016 na frente
das motos de fábrica. O público local foi recompensado pela excelente
performance do primeiro piloto malaio na história da MotoGP, Hafizh Syahrin,
que saiu da última posição do grid para conquistar a 10ª colocação.
Os “top ten” nesta prova não incluíram máquinas
Aprilia e KTM. A posições foram ocupadas pelas Honda de Márquez (1º) e Pedrosa
(5º), pela Suzuki de Rins (2º), as Yamaha de Zarco (3º), Vinales (4º) e Syahrin
(10º) e pelas Ducati de Dovizioso (6º), Bautista (7º), Miller (8º) e Petrucci
(9º).
Em termos de temporada de 2018 o mundial tem quase
tudo definido. O campeonato de Márquez já havia sido ratificado no GP do Japão,
em Sepang a Honda confirmou o mundial de construtores e Andrea Dovizioso
garantiu a segunda colocação na disputa entre pilotos. No campeonato entre
equipes a Repsol Honda tem uma vantagem de 39 pontos sobre a Movistar Yamaha,
entre as independentes a Alma Pramac (Ducati) venceu a Tech3 (Yamaha). Está em
disputa ainda qual o melhor piloto independente, Johann Zarco (Tech3) lidera
com um ponto a mais que Cal Crutchlow (LCR) e cinco de Danilo Petrucci (Alma
Pramac). Franco Morbidelli disputa com Hafizh Syahrin quem leva o troféu de
melhor estreante do ano. Embora sem o glamour do mundial de pilotos, os demais
títulos são argumentos explorados pelas áreas comerciais na negociação de
patrocínios.
Nas categorias de acesso o italiano Francesco
Bagnaia, da equipe SKY Racing Team VR46 garantiu o título da Moto2 e o espanhol
Jorge Martin da Del Conca Gresini conquistou a Moto3.
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