As principais equipes já
definiram seus pilotos para a próxima temporada da MotoGP, mas o cenário do
Mundial de Superbike ainda permanece confuso. Antes do recesso de verão a
Kawasaki acertou a renovação dos contratos de seus dois pilotos (Jonathan Rea e
Tom Sykes) e existem muitas opções em aberto. Além disso, algumas equipes estão
considerando inclusive a possibilidade de trocar de fabricante.
A maior novidade ainda
não é oficial, mas tudo indica que o contrato já está assinado, Marco Melandri
voltar às competições pilotando para a equipe Ducati Aruba.it, como companheiro
de Chaz Davies. Melandri participou da MotoGP entre 2003 e 2010 antes de migrar
para a Superbike, em 2015 assinou um contrato com a Aprilia para realizar o
caminho de volta e foi substituído por Michael Laverty depois de disputar 8
corridas e não marcar nenhum ponto. Nos últimos meses esteve associado a
rumores que o colocavam Yamaha, Aprilia, BMW e Kawasaki na Superbike e,
provavelmente o boato mais criativo, na BMW disputando a MotoGP. Marco Melandri é um nome
importante para atrair investidores italianos e atende na íntegra os requisitos
da Ducati e seu principal patrocinador, a Aruba.it, ele deve substituir Davide
Giugliano que tem opções na Moto2 ou migrar para outra equipe na Superbike.
As mesmas fontes que
confirmam o contrato já sacramentado, informam que é um excelente negócio para
ambas as partes, Melandri não terá salários e seus ganhos serão bancados
diretamente por patrocinadores. O núcleo esportivo da Ducati comprometeu parte
significativa de seu orçamento para bancar o contrato de Jorge Lorenzo, o custo
financeiro deve ser distribuído ao longo de todo o seu programa de competições,
incluindo a Superbike.
O alemão Stefan Bradl já
anunciou o seu desligamento da MotoGP e deve ser o parceiro de Nick Hayden na Ten
Kate Honda. Bradl recusou uma oferta de pilotar uma Desmosedici GP16 para a
equipe Avintia, sua presença na Superbike é vista com bons olhos pela Dorna,
que procura internacionalizar a disputa e acabar com domínio dos pilotos
britânicos, e é um nome popular para a Honda explorar no mercado alemão. Stefan
Bradl tem a clara noção que a Superbike é um pouco menor que a MotoGP,
entretanto é uma categoria onde ele pode disputar, não só participar.
Bradl vai ocupar a vaga
que hoje pertence a Michael van der Mark. O jovem holandês tinha uma oferta da
Honda que expirou na prova de Laguna Seca, a prorrogação de seu contrato era considerada
uma prioridade, mas dúvidas sobre a competitividade da moto para o próximo ano
atrasaram as negociações e a equipe optou por assinar com o alemão. O talento
de van der Mark não deve ficar sem assento para a próxima temporada, existe a
possibilidade de vagar o lugar de Sylvain Guintoli na Pata Yamaha, ou talvez a
Avintia ou a Aspar Honda na MotoGP, dependendo do que Eugene Laverty decidir
fazer. Em seu primeiro ano do retorno da Yamaha à Superbike, a Pata está entusiasmada
como o desempenho da YZF-R1 e o apoio da fábrica deve ajudar a montar um pacote
competitivo para 2017.
Suporte da fábrica é
exatamente a condição necessária para transformar a Aprilia RSV4 em uma máquina
competitiva na pista. Na opinião dos pilotos, o equipamento tem o potencial
para ser uma das melhores, senão a melhor, moto do grid, o que faltou foi um
maior comprometimento da fábrica. A contrapartida é que a equipe IODA Racing
decidiu participar do Mundial de Superbike de 2016 na última hora, deixando
pouco espaço para a Aprilia trabalhar o seu orçamento. Entretanto a fábrica
italiana está disposta a investir em 2017, não necessariamente na IODA Racing. Existem
conversações com a SMR, equipe britânica que disputa o atual campeonato com a
Milwaukee BMW. A SMR está descontente com a falta de foco da fábrica alemã na
competição e o apoio decidido da Aprilia seria um diferencial. Entretanto este
apoio tem um preço, uma das vagas para Lorenzo Savadori. O companheiro de
equipe não está definido, a SMR está negociando com Eugene Laverty (MotoGP) e Leon
Camier, que atualmente pilota uma MV Agusta. Ambos os nomes têm história na
Aprilia e são vistos favoravelmente pela fábrica. Camier está indeciso sobre a
capacidade da MV Agusta, que passa por uma fase conturbada, em obter recursos
para financiar uma temporada, Laverty, por sua vez, deve decidir entre ficar na
MotoGP com a Aspar Ducati em uma moto com o desenvolvimento inferior à equipe oficial
da fábrica ou mudar para Mundial de Superbikes, esperando plenas condições de
competitividade com o decidido apoio da Aprilia.
Carlos Alberto Goldani
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