quarta-feira, 11 de agosto de 2021

MotoGP - Segurança no Red Bull Ring


 Um ensinamento antigo indica que se um cavalo vence uma vez é sorte, se vencer a segunda é coincidência, se continuar disputando, considere apostar no cavalo. Um fato incontroverso é que as três últimas provas da classe principal da MotoGP disputadas no Red Bull Ring foram interrompidas com bandeiras vermelhas. O tem alguns trechos do circuito que exigem mais cuidado para os participantes de provas de motovelocidade, como as curvas um e três, locais dos acidentes que resultaram na interrupção dos três últimos GPs.

O Red Bull Ring é um circuito localizado na vila de Spielberg, próximo à cidade de Zelweg no estado da Estíria, Áustria. Originalmente circuito de Österreichring, hospedou o GP da Áustria de Fórmula 1 de 1970 a 1987. Posteriormente foi encurtado, reformado e renomeado para A1-Ring e recebeu o GP da Áustria de 1997 a 2003. A pista recebeu a MotoGP em 1077 com a vitória de Alex Crivillé e em 1997 em uma prova vencida por Mick Doohan. Desde 2016, renomeada de Red Bull Ring, faz parte do calendário regular do mundial de motos. 

Este ano o circuito volta a ser o centro de polêmicas na MotoGP. Após duas corridas com acidentes significativos em 2020, o GP da Estíria do último domingo voltou a ser interrompido com bandeira vermelha por causa de um incidente que envolveu entre Dani Pedrosa e Lorenzo Savatori, que causou um incêndio e resultou em uma fratura do tornozelo do piloto da Aprilia. 

A curva três é crítica Os pilotos chegam muito rápidos, há uma subida depois da aceleração e uma curva onde os pilotos não tem uma visão clara da saída. Provavelmente Lorenzo não viu em tempo hábil a moto caída de Pedrosa. 


 
GP da Estíria 2020 Acidente na curva 3


O acidente recuperou a lembrança de imagens assustadoras do ano passado, da colisão de Johann Zarco e Franco Morbidelli. Ambos os pilotos caíram, mas suas motos desgovernadas continuaram pela área de escape, ainda sem controle cruzaram de novo a pista depois da curva, por centímetros não colidiram com Valentino Rossi e Maverick Vinales que continuavam na prova. No evento programado para a semana seguinte, uma falha nos freios do equipamento de Vinales obrigou o piloto a saltar da moto em alta velocidade para não bater com força na barreira de pneus no final da curva um. Felizmente, em ambos os casos os pilotos envolvidos não sofreram qualquer dano físico.


 GP da Áustria 2020 – acidente com Vinales


Desta vez, a protagonista novamente foi a curva três. Dani Pedrosa, que voltava neste fim de semana como wild card da fábrica austríaca caiu e foi jogado para fora, enquanto a moto ficou na pista. Vindo logo atrás, Lorenzo Savadori não teve como desviar, batendo com força na KTM e ambas as motos pegaram fogo. Foi a terceira vez consecutiva que uma prova no Red Bull Ring foi interrompida por bandeira vermelha.


Aprilia de Lorenzo Savatori após o sinistro 


Aleix Espargaro tem sido um dos críticos mais ácidos do Red Bull Ring nos últimos anos. Entende que o traçado do circuito não é adequado para GPs de motovelocidade. “Estou muito incomodado com as condições desta pista, já conversamos sobre isto várias vezes. Três corridas, três bandeiras vermelhas. O que teria acontecido se Lorenzo tivesse acertado Pedrosa em vez da moto? É sempre a mesma coisa neste circuito, mas não há porque perder tempo culpando a pista, os administradores deviam tomar uma providência”. 

Aleix continua: “Os pilotos sempre reclamaram da curva de Barcelona que finalmente foi alterada para este ano.  Aqui há três curvas como aquela. Se todos os anos temos problemas em Barcelona com uma curva, imagina aqui com três”.

“Talvez as pessoas comentem que eu só estou reclamando, mas essa não é uma pista para motos, simples assim. Lógico que podemos, em tese, até correr em circuitos urbanos. A grande verdade é que a pista de Red Bull Ring não é segura para o estágio atual da MotoGP”.
 

Traçado do Red Bull Ring


A maioria dos pilotos tem uma opinião convergente sobre aa necessidade de alterações no traçado do Red Bull Ring e, embora pareça ser paradoxal, poucos acreditam que o que aconteceu no domingo passado tenha sido culpa exclusivamente da pista. Está mais para o resultado de uma sequência de infelicidades.

“Realmente acredito que o que aconteceu hoje com Pedrosa e Savadori poderia ter acontecido em qualquer outro lugar” opina Valentino Rossi. “Esta pista tem três ou quatro frenagens loucas, e o local mais perigoso é a curva 3, porque você é obrigado a frear em um certo ângulo, este tipo de frenagem é complicado. Acresça a isto o problema de uso excessivo dos freios como aconteceu com Maverick no ano passado. Não é apenas uma coisa, são diferentes fatores combinados”.

Entre estes pontos de frenagem polêmicos para a MotoGP, o primeiro setor é geralmente o foco das críticas, seja na curva um ou na três. Uma proposta de criar uma chicane para marcar melhor a rápida curva dois para este ano foi rejeitada, há a expectativa de mudanças para o futuro.

“A curva três é crítica”, diz Joan Mir. “Acredito que a topologia contribua porque é depois de uma subida. No ano passado houve lá um grande acidente na Moto2”.

Jorge Martin, vencedor deste ano, identifica problemas na curva três. Os pilotos chegam muito rápidos e há uma subida antes do contorno que que impede a visão da pista. Talvez seja por isso que Savatori não viu a moto dePedrosa, 

Já o francês Johann Zarco acredita que a impressão ficou ruim por causa do fogo resultante quando a Aprilia atropelou a KTM de Dani Pedrosa. Uma moto sempre pode pegar fogo dependendo do modo como é atingida.


Fabio Quartararo acredita que além do layout da pista, mudanças fundamentais devem ser feitas no procedimento de largada. “A curva um é muito perigosa, porque os participantes chegam em velocidade e há muito espaço na pista. Os pilotos não se importam em abusar dos freios na primeira curva porque sabem que há uma grande área de escape asfaltada e a perda de tempo é mínima, se houvesse grama ou brita todos seriam mais cautelosos.” 

Todos concordam que a curva três é a mais problemática, afinal foram duas bandeiras vermelhas em dois anos seguidos,

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