Disputa pela liderança na 14ª volta |
Em provas de velocidade o conceito de ultrapassagem é definido como "todas as manobras realizadas em voltas rápidas (excluindo a volta de largada), onde uma posição obtida é mantida. Neste conceito não são computados eventos causados por acidentes, problemas mecânicos ou quando um piloto consegue ou desconta uma volta de vantagem”.
A F1 implementa diversos recursos para proporcionar o maior número possível de ultrapassagens em um GP, o mais evidente é o Sistema de Redução de Arrasto (DRS - Drag Reduction System) ou “abrir a asa” na descrição singela dos locutores que ancoram as transmissões de TV, uma tecnologia cuja finalidade é alterar o perfil aerodinâmico dos carros para proporcionar maior velocidade em retas. Outros recursos podem ser comandados pelo piloto (sobre alimentação temporária resultando em maior potência) ou estratégias definidas nos boxes como a utilização de pneus com maior aderência. A própria exigência de pelo menos uma parada obrigatória e o uso de mais de um tipo de pneu por prova pode ser entendida como um estímulo para a troca de posições.
Um relatório da Pirelli, fornecedora exclusiva para a F1, indica que em 2016 na temporada mais longa da história com 21 GPs, o holandês Max Verstappen foi o piloto que protagonizou o maior número de ultrapassagens, 78. O britânico Lewis Hamilton foi o destaque em uma única competição no GP da China, largou em último lugar e realizou 18 manobras para ganhar posições. Pelos critérios do fabricante, em 2016 foram realizadas 866 ultrapassagens, uma média de 41,2 por corrida.
Embora os critérios não sejam os mesmos, estes números comparados com a MotoGP mostram porque as provas com motocicletas estão angariando tantos adeptos. O GP da Austrália de 2015 já foi considerado um dos melhores de todos os tempos, por sua importância na definição do campeonato e por ter apresentado 52 trocas de posições entre os quatro primeiros colocados durante as suas 27 voltas. Estes números foram superados no GP deste ano por sete pilotos correndo praticamente juntos, passando e repassando uns aos outros um total de 73 vezes durante a prova. Um número expressivo considerando que uma etapa da MotoGP dura em média a metade do tempo de uma prova da F1, em torno de 45 minutos, e os equipamentos não contemplam ajustes aerodinâmicos variáveis ou outros recursos para facilitar ultrapassagens.
Outro ponto onde a MotoGP e a F1 diferem é nas orientações dos boxes. Enquanto o mundo testemunhou a troca acintosa de posições entre Vettel e Raikkonen no Circuito das Américas, em Phillip Island Valentino Rossi sepultou as chances matemáticas de seu companheiro de equipe conquistar o título mundial ao cruzar a linha de chegada 0,027 segundos na sua frente. No Box da Ducati houve um mal-estar porque o britânico Scott Redding descumpriu uma orientação para ceder a sua posição para o postulante ao título Andrea Dovizioso, em tempo, a posição em questão era a 11ª e havia um terceiro (Dani Pedrosa) envolvido.
Chegada de Redding, Pedrosa & Petrucci |
A realização do GP das Américas de Fórmula 1 e da etapa da MotoGP na Austrália no mesmo domingo (22/10) proporcionou a oportunidade de comparar os dois eventos, em termos de competitividade as duas rodas apresentam um espetáculo mais sedutor.
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